Mercado de ações brasileiro apresentou bom desempenho em ciclos anteriores de alta dos juros nos EUA

Segundo relatório do Bank of America, no primeiro ano dos últimos três ciclos de alta do Fed, o retorno total do Ibovespa foi de 34%, na média, em reais

B3, em São Paulo (Foto: Divulgação)
B3, em São Paulo (Foto: Divulgação)

Para quem desconfia que o fluxo estrangeiro para o Brasil pode minguar com o início do aperto monetário nos Estados Unidos, o Bank of America mostra que, em ciclos anteriores de alta de juros pelo Federal Reserve (Fed), o banco central dos EUA, o mercado de ações brasileiro apresentou bom desempenho. Em relatório a clientes, o time de pesquisa mostra que, em termos quantitativos, o ajuste não necessariamente significa retornos mais baixos para as bolsas de economias emergentes.

“Os países e setores de commodities tendem a se sair bem no primeiro ano de alta do Fed”, diz o BofA, citando análise do estrategista de mercados emergentes, já que alguns mercados como Índia, Brasil, Rússia, Chile e África do Sul tiveram boa performance nesses períodos. “Nos ciclos anteriores, os preços do petróleo e do minério de ferro subiram, o que é positivo para o índice de ações do Brasil em particular.”

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No primeiro ano dos últimos três ciclos de alta do Fed (jun/99, jun/04 e dez/15), o retorno total do Ibovespa foi de 34%, na média, em reais. Mas as commodities não foram os únicos fatores positivos. Retirando ações dos setores de energia e materiais básicos do índice (que historicamente representam cerca de 40%), o retorno total do Ibovespa em reais foi de 23%, na média. Mesmo tirando o segmento financeiro, outro de peso no principal referencial da bolsa brasileira, o índice subiu 13%, na média, nos períodos de aumento de taxas de juros nos EUA.

A valorização do câmbio também ajudou o desempenho do Ibovespa em dólares. No primeiro ano dos últimos três ciclos de alta do Fed, o real se valorizou 18%, em média. Como resultado, os retornos totais do Ibovespa na moeda americana foram mais fortes do que em reais, com valorização de 57% no primeiro ano de aumentos de juros pelo Fed, em média.

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Excluindo-se commodities e energia, os retornos totais do índice em dólar foram de 44%, em média, e tirando também as ações do setor financeiro, os retornos totais foram de 32%.

Altas passadas do Fed coincidiram com o pico da Selic, nota o time do BofA, e hoje o Brasil está à frente no processo de correção monetária. O banco americano estima uma taxa final em 13,25% ao ano até junho.

Com a Selic em dois dígitos, as pessoas físicas no Brasil continuam saindo de ações para renda fixa, destaca o banco americano. Os fundos de ações locais tiveram 25 semanas de saídas desde o último pico em setembro.

O forte desempenho do Brasil no acumulado do ano foi impulsionado por estrangeiros, com R$ 75 bilhões de entradas no acumulado do ano no mercado à vista. E nesta semana os fundos estrangeiros dedicados ao Brasil tiveram as maiores captações líquidas desde outubro do ano passado, com quase US$ 300 milhões, impulsionadas pelo fluxo em dois ETFs (fundos de índice).

Enquanto isso, os fundos de mercados emergentes registraram entradas de US$ 3,1 bilhões esta semana e de US$ 37 bilhões no acumulado do ano.

Com Valor Pro, serviço de informação em tempo real do Valor Econômico.

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