Magazine Luiza decepciona e acumula perda de R$ 146 bi em valor de mercado

Ação da varejista tem o pior desempenho entre os papéis do Índice Bovespa nesta tarde de terça-feira

Fachada loja Magazine Luiza. Foto: Divulgação

Os resultados do Magazine Luiza, divulgados ontem, decepcionaram os investidores e derrubaram a ação da varejista, que tem o pior desempenho entre os papéis do Índice Bovespa no início da tarde desta terça-feira. Desde o pico da cotação, em novembro de 2020, a empresa já perdeu R$ 146 bilhões de valor de mercado

Em relatório, o Goldman Sachs disse que os números no quarto trimestre vieram do que as expectativas do mercado, que já eram ruins, com receitas de vendas 7% abaixo do chamado consenso do mercado.

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O problema não é só no curto prazo. A comparação com anos anteriores também mostra uma deterioração significativa nos principais indicadores.

Em todo o ano de 2021, a empresa teve prejuízo operacional (antes dos tributos sobre o lucro) de R$ 218,4 milhões, o primeiro desde 2015 e o quarto resultado negativo da base de dados do Valor PRO, que começa em 2009. Para comparação, a varejista obteve um lucro operacional de R$ 414,1 milhões em 2020 e de R$ 1,22 bilhão em 2019.

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No ano passado, a empresa usou créditos tributários de R$ 809,1 milhões — o maior da série — para reverter esse prejuízo operacional e fechar o ano com lucro líquido de R$ 590,7 milhões, o terceiro maior da base de dados. Em 2020, em vez de crédito, a empresa pagou R$ 22,4 milhões em tributos.

O que pressionou os resultados operacionais foram a queda de vendas e aumento de . Apesar de a receita de vendas ter crescido 21% em relação a 2020, para R$ 35,28 bilhões, recorde em termos nominais, os custos subiram mais, 23%. Com isso, a relação entre custo e receita — a margem bruta — caiu de 25,77% em 2020 para 24,06%, a menor desde 2009.

Essa piora do balanço está refletida nos preços da ação. Em novembro de 2020, o Magazine Luiza chegou a valer R$ 178 bilhões, cerca de seis vezes a receita daquele ano, o que hoje a colocaria na sexta posição entre as empresas da bolsa, atrás do Bradesco. Com a queda de hoje, até agora, o valor de mercado é de R$ 33 bilhões, abaixo das vendas de 2021 e uma perda de R$ 146 bilhões.

Com Valor PRO, serviço de informação em tempo real do Valor Econômico

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