Lula volta a falar em moeda comum para comércio na América do Sul

Presidente brasileiro quer a definição de novo bloco sul-americano em 120 dias

América Latina: Lula em encontro com os presidentes da América do Sul: Gustavo Petro (Colômbia), Luis Arce (Bolívia), Alberto Fernandez (Argentina) e Gabriel Boric (Chile). Foto: Ueslei Marcelino/Reuters
América Latina: Lula em encontro com os presidentes da América do Sul: Gustavo Petro (Colômbia), Luis Arce (Bolívia), Alberto Fernandez (Argentina) e Gabriel Boric (Chile). Foto: Ueslei Marcelino/Reuters

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva propôs nesta terça-feira um prazo de 120 dias para que os governos dos países sul-americanos definam um novo formato para uma maior integração regional.

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O brasileiro discursou durante a abertura de uma reunião com os presidentes vizinhos, em Brasília.

“Esse grupo terá 120 dias para criar um mapa do caminho para a integração da América do Sul”, afirmou Lula. “Enquanto estivermos desunidos, não faremos da América do Sul um continente desenvolvido”, completou o presidente brasileiro.

Assim como fez durante reunião com o venezuelano Nicolás Maduro, ontem, Lula defendeu a criação de uma unidade monetária que viabilize o comércio entre os países da região sem o uso do dólar.

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Ele também defendeu um estímulo para a criação de um mercado sul-americano de energia.

Lula também falou na atualização da carteira de projetos do Conselho Sul-americano de Desenvolvimento, em ações coordenadas para o enfrentamento da mudança do clima e na retomada da cooperação regional na área de defesa.

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Ataques a Bolsonaro; elogios a FHC

Ainda em seu discurso na cúpulo, Lula criticou o governo do seu antecessor, o ex-presidente Jair Bolsonaro, ao dizer que os avanços de integração dos países da América do Sul foram “interrompidos”, nos últimos anos, pelo “negacionismo” e “isolamento” do Brasil na região.

“Nossa América do Sul deixou de ser apenas uma referência geográfica e se tornou uma realidade política. Infelizmente esses avanços foram interrompidos nos últimos anos. No Brasil, um governo negacionista atentou contra os direitos da sua própria população, rompeu com os princípios que regem a nossa política externa e fechou nossas portas a parceiros históricos”, disse.

“Nosso país optou pelo isolamento do mundo e do seu entorno. Essa postura foi decisiva para o descolamento do país dos grandes temas que marcaram o cotidiano dos nossos vizinhos. Na região, deixamos que as ideologias nos dividissem e interrompessem o esforço da integração. Abandonamos canais de diálogo e mecanismos de cooperação e, com isso, todos perdemos”, complementou.

Lula aproveitou a ocasião, por outro lado, para elogiar o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), que teria iniciado os diálogos entre os países da região nos anos 2000.

“Quando o presidente Fernando Henrique Cardoso convocou, no ano 2000, a primeira Cúpula de Presidentes, as distintas posições políticas e ideológicas daquele momento não impediram que nossos países encampassem a ideia de futuro compartilhado e de construção de confiança mútua”, lembrou.

“Iniciamos, ali, um longo percurso, lançado com a Iniciativa para a Integração da Infraestrutura Regional Sul-Americana, ou simplesmente IIRSA, e a convergência entre o Mercosul e a Comunidade Andina. Chile, Guiana e Suriname também se engajaram nesse esforço”, emendou.

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