Juros futuros disparam em dia de estresse e taxa de 1 ano vai a 13%
Agentes financeiros precificam Selic mais elevada para lidar com os crescentes riscos inflacionários
Os juros futuros têm um novo pregão de estresse nesta sexta-feira, em meio à escalada dos preços de commodities, e as taxas operam em altas fortes que rondam os 30 pontos-base na parcela intermediária da curva. Já o juro de um ano tocou o nível de 13% na máxima intradiária, mantendo-se perto desse patamar no momento.
Por volta de 11h30, a taxa do contrato futuro de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2023 subia de 12,80% no ajuste anterior para 12,99%, após ter ido a 13,00% na máxima do dia; a taxa do DI janeiro de 2024 escalava de 12,39% para 12,695%; a do DI janeiro de 2025 avançava de 11,75% para 12,04%; e a do DI janeiro de 2027 tinha alta de 11,50% para 11,72%.
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Bombardeios russos no sul da Ucrânia causaram um incêndio na usina antes que as tropas russas entrassem nas instalações de uma usina nuclear no sudeste da Ucrânia, relatou o “The Wall Street Journal”.
Os preços do petróleo Brent, referência global de cotação, avançam mais de 3% no momento, a US$ 114 por barril, o que força os agentes financeiros a uma precificação de Selic mais elevada para lidar com os crescentes riscos inflacionários. Commodities agrícolas também seguem avançando, e as negociações de contratos futuros de trigo em Chicago foram paralisadas pelo quarto dia seguido, depois que o papel para maio subiu 6%, para US$ 12,09 por bushel — a máxima é de US$ 12,83 por bushel, atingida em março de 2008.
“Com esse petróleo e commodities em geral, uma alternativa é o Banco Central prolongar o ciclo [de aperto] numa velocidade menor, e essa é a leitura que o mercado está tendo”, diz o profissional de uma instituição financeira, que prefere não ser identificado. “Se a curva umas semanas atrás precificava queda nas últimas duas reuniões deste ano, não só esses cortes foram para o brejo, como o mercado colocou umas altas onde tinha estabilidade”, emenda.
Com o modo “risk-off” ativado, os agentes financeiros buscam por ativos seguros e os rendimentos sobre os títulos do Tesouro americano (Treasuries) de dez anos registram queda firme no momento — no mercado de bônus, os rendimentos caem quando os preços dos títulos sobem. O ouro também opera em alta nesta sexta-feira.
Com Valor PRO, serviço de informação em tempo real do Valor Econômico