Crédito fica mais caro em maio; juro do rotativo do cartão vai a 455% ao ano

Taxa atingiu maior nível em 7 anos; inadimplência cresceu e os bancos emprestaram menos

Foto: Rafael Henrique/Reuters
Foto: Rafael Henrique/Reuters

O crédito voltou a ficar mais caro no Brasil em maio, com a taxa do rotativo do cartão de crédito atingindo 455% ao ano, a máxima desde março de 2017, segundo dados do relatório do Banco Central divulgados nesta quarta-feira.

Foi a sexta alta consecutiva da taxa do produto, uma das maiores do mercado bancário, e aconteceu mesmo com a Selic, o juro básico da economia, estável em 13,75% ao ano desde agosto de 2023. Já o juro médio do cheque especial ficou em 130,7% ao ano no mês passado, menos do que em abril, mas ainda no maior nível desde fevereiro.

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O dado ilustra uma deterioração das condições gerais do mercado de empréstimos no Brasil, com piora da inadimplência e os bancos desacelerando novas concessões, especialmente para empresas.

No conjunto, o estoque de empréstimos do sistema financeiro no Brasil fechou maio em R$ 5,4 trilhões, um aumento de 10,4% em 12 meses, desacelerando em relação ao mês anterior, uma vez que as novas concessões seguiram em trajetória de queda que já dura quase um ano.

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As linhas de desconto de duplicatas tiveram queda de 8,2% em um ano, enquanto as voltadas para capital de giro diminuíram em 1,3%. Esse movimento veio na esteira do pedido de recuperação judicial da Americanas (AMER3), em fevereiro, e da piora acentuada da qualidade de crédito de empresas grandes e pequenas no Brasil.

Ainda segundo o relatório do BC, a taxa média de juros das novas contratações alcançou 32,5% ao ano em maio, com alta de 0,4 ponto percentual no mês e de 4,7 pontos em 12 meses. Isso, embora o custo que os bancos pagam para tomar recursos no mercado tenha caído no período.

O documento também apontou nova piora da inadimplência. No crédito com recursos livres, a inadimplência média subiu 1,2 ponto em um ano, para 4,9%. Nos empréstimos para pessoas, o índice de atrasos atingiu 6,3%.

O levantamento ainda mostrou que o endividamento das famílias ficou em 48,5% em abril, recuo de 1,4 ponto em 12 meses. Porém, o comprometimento de renda para pagamento de dívidas aumentou 1,7 ponto, a 27,9%.

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