Powell, do Fed: Altas adicionais de juros e tempo de aperto dependerão de dados

Presidente do banco central dos Estados Unidos disse que manterá nível restritivo até ter confiança de que inflação retornará a 2%

O presidente do Federal Reserve, Jerome Powell. Foto: Reprodução/Twitter/@federalreserve
O presidente do Federal Reserve, Jerome Powell. Foto: Reprodução/Twitter/@federalreserve

O presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Jerome Powell, afirmou nesta quinta-feira (19) que, dadas as incertezas e os riscos, e o quão longe a autoridade já chegou no aperto monetário, o Comitê está procedendo com cautela.

Em discurso sobre o cenário econômico divulgado para evento do Clube Econômico de Nova York, Powell disse que os dirigentes tomarão decisões sobre a extensão do reforço adicional da política, como novas altas de juros, e por quanto tempo a política permanecerá restritiva com “base na totalidade dos dados recebidos, na evolução das perspectivas e no equilíbrio dos riscos”.

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“Uma série de incertezas, tanto antigas como novas, complicam a nossa tarefa de equilibrar o risco de apertar demasiado a política monetária com o risco de apertar demasiado pouco”, avalia Powell.

Em sua visão, “fazer muito pouco poderia permitir que a inflação acima da meta se consolidasse e, em última análise, exigir que a política monetária arrancasse da economia uma inflação mais persistente, com um custo elevado para o emprego”. Por outro lado, “fazer demasiado também pode causar danos desnecessários à economia”, afirma.

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Segundo ele, no momento, a orientação da política é restritiva, o que significa que está a exercendo pressão descendente sobre a atividade econômica e a inflação.

Dado o ritmo acelerado do aperto, ainda poderá haver efeito significativo para ser sentido, avalia.

Meta de inflação

O presidente do Fed ressaltou que os dirigentes estão empenhados em alcançar uma orientação política que seja suficientemente restritiva para reduzir a inflação de forma sustentável para 2% ao longo do tempo.

“Estamos atentos aos dados recentes que mostram a resiliência do crescimento econômico e da procura de mão-de-obra. Evidências adicionais de um crescimento persistentemente acima da tendência, ou de que a restrição no mercado de trabalho já não está diminuindo, poderão colocar em risco novos progressos na inflação e poderão justificar um maior aperto da política monetária”, afirmou Powell.

Segundo ele, as condições financeiras tornaram-se significativamente mais restritivas nos últimos meses e os rendimentos dos Treasuries de longo prazo têm sido um importante fator impulsionador.

“Continuamos atentos a estes desenvolvimentos porque alterações persistentes nas condições financeiras podem ter implicações na trajetória da política monetária”, afirmou ainda.

Sobre outros fatores, o presidente do Fed avaliou que as tensões geopolíticas são altamente elevadas e representam riscos importantes para a atividade econômica mundial.

EUA têm economia

Jerome Powell que os Estados Unidos certamente têm uma economia muito resiliente em suas mãos, o que foi uma “surpresa” em alguns níveis. O dirigente avaliou que o crescimento está acima da tendência, e que os gastos com consumo estão robustos, assim como o mercado de trabalho.

“Resiliência da economia se resume a demanda forte”, resumiu Powell.

Ele afirmou que a autoridade agiu muito rápido em 2022, que agora está mais cautelosa com suas decisões. “Desaceleramos aperto monetário para avaliar efeitos”, disse.

O presidente do Fed destacou, no entanto, que não há precisão do atraso com que a política monetária atingirá a economia. Ainda assim, de acordo com o dirigente, a política monetária está funcionando por canais tradicionais.

Na visão de Powell, é possível que o equilíbrio de cadeias suprimento, incluindo oferta, demanda e mão de obra, permita desinflação sem prejudicar economia.

Com informações do Estadão Conteúdo

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