Itaú Asset projeta inflação de 6,6% e vê Selic a 13,25% ao ano

Commodities em alta e a crise geopolítica entre Rússia e Ucrânia adicionaram pressão nas estimativas para 2022

Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil
Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Diante das surpresas altistas observadas recentemente em dados de inflação, com os núcleos ainda bastante pressionados e o impacto crescente da inércia inflacionária sobre os serviços, a Itaú Asset Management elevou sua projeção para o IPCA deste ano de 5,7% para 6,6% e passou a esperar, ainda, uma inflação ainda mais alta em 2023, ao estimar o IPCA em 4%, enquanto antes a expectativa era de que o índice ficaria em 3,8%.

“Preços de bens industriais, combustíveis e grãos são pontos de atenção. Commodities em alta e a crise geopolítica entre Rússia e Ucrânia adicionaram pressão nesses itens, ainda que uma apreciação do real e medidas tributárias exerçam forças contrárias”, apontam os economistas da Itaú Asset. Quanto à taxa de câmbio, a expectativa da gestora é de que o dólar termine tanto 2022 quanto 2023 em R$ 5,10.

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Em revisão de cenário publicada hoje, os profissionais apontam, ainda, que o Banco Central deve seguir o processo de redução da magnitude de altas de juros na reunião da próxima semana do Copom e elevar a Selic em 1 ponto percentual, a 11,75%. “Porém, realizará ajustes subsequentes em maior magnitude do que o previsto anteriormente”, dizem os economistas da gestora, ao projetarem a Selic em 13,25% no fim do ciclo, nível superior ao esperado anteriormente (12,5%). Para 2023, a Itaú Asset elevou sua projeção para a Selic de 8% para 8,5%, com um ciclo de cortes que deve ter início no fim do primeiro trimestre de 2023.

“Ressaltamos que as diversas incertezas externas, ligadas ao quadro geopolítico, e internas, ligadas ao arcabouço fiscal, colocam pressão para a manutenção de uma Selic mais elevada por mais tempo do que nosso cenário base atual”, apontam os profissionais da Itaú Asset.

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Em relação à atividade econômica, os economistas elevaram a projeção de crescimento do PIB de 2022 de -0,3% para 0,6%, na esteira de indicadores de atividade mais fortes do que o esperado tanto no quarto trimestre do ano passado quanto no primeiro trimestre deste ano. “Vale ressaltar, no entanto, que ainda seguimos pouco otimistas com o longo prazo. O cenário com inflação e juros elevados trará desafios. Nossa projeção para 2023 é de um crescimento de 0,5%”, dizem os economistas.

Com Valor PRO, serviço de informação em tempo real do Valor Econômico

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