Itaú Unibanco: ‘Arcabouço é positivo, mas desafios fiscais permanecem’

Em revisão de cenário, banco cortou PIB de 2023 para 1,1% e elevou IPCA para 4,5% em 2024

Moedas de R$ 1,00. Foto: Bruno Domingos/Reuters
Moedas de R$ 1,00. Foto: Bruno Domingos/Reuters

A desaceleração mais firme do mercado de crédito que o anteriormente esperado fez o Itaú Unibanco revisar para baixo a projeção para o desempenho da economia este ano. O banco agora espera uma expansão de 1,1% do PIB em 2023, de 1,3% anteriormente.

Em seu cenário macro mensal, o Itaú reafirma sua projeção de crescimento de 1,0% do PIB no primeiro trimestre, na comparação trimestral. O desempenho se dá em meio ao bom momento do setor agropecuário, que se somou a um crescimento mais forte dos gastos das famílias, em especial em janeiro.

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Por outro lado, a postura com o restante do ano ficou ligeiramente mais pessimista. “Incorporamos em nossas projeções uma desaceleração do mercado de crédito (tanto bancário quanto de capitais) ligeiramente maior que a do nosso cenário anterior. Com isso, revisamos para baixo o crescimento médio ao longo dos próximos trimestres de estabilidade para -0,1% na margem com ajuste sazonal.”

No cenário para a inflação, o banco manteve estável a perspectiva do IPCA para 2023 em 6,1%. A queda da estimativa para a inflação da alimentação no domicílio de 3,5% para 1,9% acabou compensada pelo aumento da alíquota do ICMS sobre gasolina a partir de junho. Já a inflação de 2024 passou de 4,2% para 4,5%.

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“O principal motivo para a revisão altista veio da incorporação da maior desancoragem das expectativas de inflação. Nosso cenário incorpora 100 pontos-base de desancoragem nas expectativas longas de inflação, o que também explica o aumento da nossa projeção de IPCA para 2025 de 3,5% para 4,0%”, pontua o banco em seu relatório.

Em relação à nova regra fiscal apresentada pelo governo, o banco afirma que ela traz pontos positivos, “como o caráter geral e exceções bem delimitadas ao limite de gastos, o uso de variáveis realizadas e não projetadas como parametrização e a trajetória desafiadora, mas positiva, de convergência de resultado primário”.

Ainda assim, ele destaca desafios de implementação, em especial de recomposição de receitas, e lembra que o endividamento como proporção do PIB deve subir nos próximos anos, de 73% para 76% em 2023 e 79% em 2024.

“O arcabouço fiscal e o futuro anúncio de medidas de recomposição das receitas são complementares e positivos. Ainda assim, há desafios significativos à frente, relacionados à implementação da trajetória almejada e consequentes ganhos de credibilidade e consolidação da regra, que pode ser incrementada por uma reforma tributária que gere ganhos de produtividade”, considera o Itaú.

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