IPCA em 2022 teria sido de 9,56% se desconsiderasse gasolina e energia, diz IBGE

Preço da gasolina caiu 25,78% em 2022, enquanto energia teve queda de 19%

Bomba em posto de gasolina. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Bomba em posto de gasolina. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Caso a gasolina e a energia elétrica fossem descontados no cálculo da inflação, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) teria encerrado 2022 com alta de 9,56% e não de 5,79%, como ocorreu.

O exercício foi feito pelo analista do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) André Filipe Guedes, que apontou que a redução de preços de gasolina e energia elétrica ajudou a conter inflação em 2022. Em dezembro, o IPCA teve alta de 0,62%, fechando o terceiro ano seguido acima da meta anual de 3,5% definida pelo Banco Central.

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André Filipe disse que o cálculo mostra o impacto da redução do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre esses itens, embora este não seja o único fator a influenciar a variação de preços desses produtos.

O preço da gasolina caiu 25,78% em 2022 — após alta de 47,49% em 2021 —, enquanto a energia elétrica teve queda de 19,01%, com impacto de -0,96 ponto percentual.

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“Tirando os subitens gasolina e energia elétrica do cálculo da inflação, o IPCA teria sido 9,56%. Não é só o ICMS que influencia na variação dos preços, há outros fatores. A redução nesses produtos e serviços, influenciada principalmente pela limitação do ICMS, afetou esses preços e ajudou a conter a inflação em 2022”, disse.

Quais produtos afetaram mais o IPCA de dezembro?

Das nove classes de despesas do IPCA, sete tiveram aceleração na passagem entre novembro e dezembro, de acordo com o IBGE.

Entre novembro e dezembro, foram observadas taxas maiores de inflação em alimentação e bebidas (de 0,53% para 0,66%), artigos de residência (de -0,68% para 0,64%), vestuário (de 1,10% para 1,52%), saúde e cuidados pessoais (de 0,02% para 1,60%), despesas pessoais (de 0,21% para 0,62%), educação (de 0,02% para 0,19%) e comunicação (de -0,14% para 0,50%).

Por outro lado, foram observadas taxas inferiores, na comparação mensal, em habitação (de 0,51% para 0,20%) e transportes (de 0,83% para 0,21%).

Entre as classes de despesas, os maiores impactos para a alta de dezembro vieram de saúde e cuidados pessoais — com alta de 1,60% e 0,21 ponto percentual — e alimentação e bebidas — com alta de 0,66% e 0,14 ponto percentual. Juntos, os dois grupos representaram cerca de 56% do impacto total do IPCA de dezembro.

Individualmente, o maior impacto para a alta do IPCA de dezembro veio de perfumes, cujo preço subiu 9,02% e respondeu por 0,09 ponto percentual do índice.

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