Indicação para novo presidente do BC deve sair até o começo de setembro, afirma Haddad
Ministro disse que definiu o assunto após conversa com o atual presidente do órgão, Roberto Campos Neto, e com o presidente Lula
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sinalizou nesta terça-feira (27) que o governo federal deve oficializar nos próximos dias a indicação para o sucessor do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, cujo mandato vence em dezembro.
“Eu conversei com o Campos Neto e concordamos que, final de agosto, começo de setembro, era uma boa data para fazer o anúncio”, disse Haddad, durante evento anual do Santander.
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De acordo com o ministro, o assunto também já foi discutido com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Após a indicação oficial, o escolhido deve passar por sabatina no Senado Federal.
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Pelo sistema atual, o presidente do BC, uma vez aprovado pelo Senado, tem mandato fixo de cinco anos à frente da instituição.
Nas últimas semanas, ganhou força no governo o nome de Gabriel Galípolo, atual diretor de política monetária do BC, como provável indicação do governo para suceder Campos Neto.
Orçamento de 2025
Fernando Haddad também disse que o governo vai apresentar ao Congresso Nacional, ainda nesta semana, o Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2025, tendo como referência o equilíbrio fiscal.
O documento deve incluir um plano de cortes de gastos que garantirão a economia de quase R$ 26 bilhões.
A PLOA de 2025 deve incluir a busca pela meta de déficit fiscal zero.
“O orçamento de 2025 me causa mais conforto do que a apresentada no ano passado para 2024, porque superestimava receitas e subestimava despesas”, disse Haddad.
Segundo ele, a proposta que irá para o Congresso conterá propostas formuladas pelo setor privado para melhorar o gasto público.
De acordo com Haddad, isso vai ajudar o país a “crescer mais e melhor”.
Economia mais forte
Nesse sentido, o ministro revelou ainda que o governo deve elevar a previsão de crescimento da economia deste ano, atualmente em 2,5%.
Por fim, Haddad considerou desnecessário elevar a taxa de básica de juros, porque os números mais recentes de inflação são benignos.
“Fica todo mundo com medo de que o emprego vai fazer a inflação bater à porta, mas isso não está acontecendo”, afirmou ele.
Seu comentário veio na esteira das crescentes apostas do mercado de que o BC elevará a Selic, hoje em 10,5% ao ano, em setembro.
Mais cedo nesta terça, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) anunciou que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) subiu 0,19% em agosto.
O número, que veio em linha com as expectativas do mercado, mostrou desaceleração ante a alta de 0,30% em julho.