Imagens feitas por drone mostram tanque russo atirando contra ciclista em Bucha, na Ucrânia
Segundo a Ucrânia, a gravação foi realizada em 3 de março, mas as imagens só vieram à tona nesta terça-feira
Um vídeo feito por drone flagrou o momento em que um suposto tanque russo dispara contra um ciclista na cidade ucraniana de Bucha, nos arredores da capital Kiev, onde foram reportadas denúncias de um massacre de civis. A Ucrânia acusa a Rússia de centenas de assassinatos na região ocupada por tropas de Moscou após a invasão ao país. O Kremlin nega a autoria.
Segundo a Ucrânia, a gravação foi realizada em 3 de março, mas as imagens só vieram à tona nesta terça-feira. Uma investigação independente do veículo Bellingcat, especializado em verificação de fatos, apontou que o vídeo foi feito antes de 11 de março. Imagens de satélite desta data mostram que o prédio ao lado de onde o ciclista foi atingido estava destruído.
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Nas imagens, é possível ver uma pessoa se deslocando em uma bicicleta por uma rua perpendicular a uma outra onde está parado um tanque russo. Após o ciclista dobrar a esquina, o blindado dispara, conforme evidenciado pela fumaça que sai do canhão frontal do veículo. Um outro tanque, mais escondido no vídeo, também atira em seguida.
Uma nuvem de fumaça emerge no ponto onde o ciclista virou. Ele não é visto mais se deslocando. O local foi identificado pela Sky News como Rua Yablonska. Recentemente também foram reveladas imagens de um homem morto ao lado de uma bicicleta no mesmo cruzamento.
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Um vídeo verificado pelo New York Times e gravado naquele exato lugar mostra um homem de casaco azul caído ao lado da bicicleta. A vítima teve a perna decepada. Também se vê um poste derrubado, que, segundo o jornal americano, sofreu danos coincidentes com a munição de alto calibre dos tanques.
Imagens de satélite da empresa Maxar expõem corpos nas ruas e abandonados por semanas em Bucha, o que contradiz as alegações russas que a cena foi armada por forças ucranianas. Segundo autoridades de Kiev, cerca de 300 civis foram mortos durante a ocupação há um mês. Em discurso para a ONU, o presidente Volodymyr Zelensky descreveu as mortes como “crimes de guerra”, exigindo punição proporcional.
Os indícios de massacre provocoram revolta na comunidade internacional, que prometeu novas sanções à Rússia. Em reação, uma série de países europeus anunciou a expulsão de diplomatas russos de seus territórios. Desde o início da invasão da Ucrânia, ao menos 287 funcionários de Moscou foram mandados embora de outras nações, conforme levantamento feito pelo GLOBO com base em informações oficiais.