IGP-M tem queda de 0,95% em abril, acima das expectativas

O índice acumula recuo de 0,75% no ano e decréscimo de 2,17% em 12 meses

Foto: Brenno Carvalho/Agência O Globo
Foto: Brenno Carvalho/Agência O Globo

O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) registrou deflação de 0,95% em abril, após a leve alta de 0,05% em março, informou o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre).

A queda foi maior do que a esperada pela mediana das estimativas de 25 consultorias e instituições financeiras ouvidas pelo Valor Data, de 0,69%, com intervalo das projeções indo de baixa de 1,04% a aumento de 0,47%.

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Com esse resultado, o índice acumula recuo de 0,75% no ano e decréscimo de 2,17% em 12 meses. Em abril de 2022, o índice havia subido 1,41% e acumulava alta de 14,66% em 12 meses.

“Os preços de importantes commodities para o setor produtivo seguem em queda. Soja (-9,34%), milho (-4,33%) e minério de ferro (-4,41%), abrem espaço para descompressão dos custos de importantes segmentos varejistas favorecendo a chegada desses efeitos nos preços ao consumidor”, diz André Braz, coordenador dos Índices de Preços do FGV Ibre.

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“O IPC, ainda que esteja registrando desaceleração, segue pressionado pelos reajustes de preços administrados, como gasolina (2,39%), energia (1,31%) e medicamentos (2,02%). Além disso, os serviços livres também persistem com inflação em elevado patamar. Entre os itens deste segmento, vale destacar o aluguel residencial com alta de 1,31% em abril”, acrescenta Braz.

Com peso de 60%, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA-M) cedeu 1,45% em abril, após queda de 0,12% em março. Na análise por estágios de processamento, a taxa do grupo Bens Finais variou 0,81% em abril. No mês anterior, a taxa do grupo havia subido 0,12%.

A principal contribuição para esse resultado partiu do subgrupo alimentos processados, cuja taxa passou de queda de 0,96% para elevação de 0,65%, no mesmo período. A taxa do grupo Bens Intermediários registrou nova queda, indo de redução de 1,08% em março para declínio de 1,74% um mês depois. O principal responsável por este movimento foi o subgrupo materiais e componentes para a manufatura, cujo percentual passou de decréscimo de 0,52% para recuo de 1,23%.

O estágio das Matérias-Primas Brutas caiu 3,20% em abril, após variar 0,71% em março. Contribuíram para a queda do grupo os seguintes itens: minério de ferro (4,95% para -4,41%), soja em grão (-3,24% para -9,34%) e milho em grão (-1,34% para -4,33%). Em sentido oposto, destacam-se bovinos (-2,47% para 2,65%) leite in natura (1,06% para 1,99%) e arroz em casca (-1,65% para 2,32%).

Com peso de 30%, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC-M) subiu 0,46% em abril. Em março, o índice variara 0,66%. Das oito classes de despesa componentes do índice, a maior contribuição partiu do grupo Transportes, cuja taxa foi de 2,22%, para 0,85%. Nesta classe de despesa, cabe mencionar o comportamento do item gasolina, cujo preço variou 2,39%, ante 6,52% na edição anterior.

Também apresentaram decréscimo em suas taxas de variação os grupos: Habitação (0,84% para 0,62%) e Comunicação (0,46% para 0,21%). Nestas classes de despesa, vale mencionar os seguintes itens: aluguel residencial (2,73% para 1,31%) e tarifa de telefone móvel (1,18% para 0,55%).

Em contrapartida, os grupos Alimentação (0,14% para 0,36%), Vestuário (0,20% para 0,31%), Despesas Diversas (0,13% para 0,18%) subiram mais. Educação, Leitura e Recreação reduziram o ritmo de queda (-1,50% para -0,96%) enquanto Saúde e Cuidados Pessoais tiveram leve alteração (1,00% para 1,01%).

Essas classes de despesa foram influenciadas pelos seguintes itens: passagem aérea (-8,21% para -5,59%), hortaliças e legumes (-2,75% para -0,68%), calçados (-0,01% para 0,73%), tarifa postal (0,37% para 2,08%) e medicamentos em geral (0,21% para 2,02%).

Com os 10% restantes, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC-M) subiu 0,23% em abril, ante 0,18% em março. Os três grupos componentes do INCC registraram as seguintes variações na passagem de março para abril: Materiais e Equipamentos (-0,07% para 0,14%), Serviços (0,88% para 0,65%) e Mão de Obra (0,27% para 0,23%).

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