Fed sobe juros nos EUA em 0,75 p.p., maior taxa desde janeiro de 2008

Bolsas americanas despencam após presidente do banco dizer que alta dos juros precisa ser mais dura para vencer inflação

Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Foto: Saul Loeb/AFP)

O Fed (Federal Reserve, banco central americano) tem sido bastante pressionado a reduzir o ritmo da elevação dos juros, sua principal estratégia para tentar controlar a inflação mais alta em 40 anos. Mas não foi na reunião desta quarta-feira (2) que aliviou o aperto.

A autoridade monetária americana anunciou a quarta elevação consecutiva de 0,75 ponto percentual na taxa básica, que agora está no intervalo de 3,75%-4% ao ano, a mais alta desde janeiro de 2008.

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O tamanho do aumento ficou dentro das expectativas dos analistas. A primeira reação dos investidores foi de animação, pois uma passagem do comunicado divulgado para justificar a decisão foi interpretada como sinalização de que o Fed pode começar a diminuir o ritmo de alta dos juros em dezembro.

O Fed disse que mais aumentos provavelmente serão necessários até os juros atingirem um nível “suficientemente restritivo para levar a inflação de volta a 2%”. Acrescentou que, “para determinar o ritmo de futuros aumentos na taxa básica de juros, o comitê vai levar em consideração o aperto acumulado da política monetária, o tempo que geralmente demora para fazer efeito sobre a atividade econômica e a inflação, além de outros desenvolvimentos econômicos e financeiros”.

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As Bolsas de Valores americanas chegaram a reverter a tendência de queda que mostravam desde o início do pregão.

No entanto, na entrevista coletiva à imprensa dada após o anúncio do aumento, o presidente do Fed, Jerome Powell, desautorizou esse otimismo, semeando mais dúvidas a respeito dos próximos passos da autoridade monetária. “É muito prematuro pensar em uma pausa [nas elevações de juros] neste momento”, afirmou. “Ainda temos alguns caminhos a percorrer, e dados divulgados desde a nossa reunião anterior sugerem que o nível final dos juros ficarão acima do que esperávamos inicialmente.”

A Bolsa de Nova York terminou o dia em queda de 1,55%, enquanto a Nasdaq recuou 3,36% e o índice S&P 500 teve baixa de 2,5%.

Histórico dos juros do Fed

Antes, neste ano, haviam sido feitas cinco elevações dos juros, num total de 3 pontos percentuais.

Embora o índice de preços de referência ainda esteja bastante longe da meta – bateu 8,22% nos 12 meses encerrados em setembro, quando o alvo é 2% ao ano –, o temor de que o aperto monetário possa jogar o país na recessão fez um grupo de dez congressistas democratas escrever na terça-feira (1) uma carta ao presidente do Fed, Jerome Powell, manifestando preocupação.

Como afeta os investimentos?

O aumento dos juros torna as aplicações em renda fixa mais atraentes e desencoraja o investimento de maior risco. Nessa categoria estão as ações negociadas em Bolsa de Valores, especialmente as de empresas de tecnologia, e também o empreendedorismo.

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