Haddad defende taxação de super-ricos para financiar ações de combate às mudanças climáticas

Ministro disse que é preciso 'repensar as instituições' para que o mundo dê conta dos desafios financeiros e climáticos impostos nos dias atuais

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que defende uma taxação maior de super-ricos. Fotos: Diogo Zacarias/MF
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que defende uma taxação maior de super-ricos. Fotos: Diogo Zacarias/MF

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defendeu nesta quinta-feira (23) a taxação internacional de super-ricos e o uso dos recursos para enfrentar as mudanças climáticas. Ele discursou no encerramento do Simpósio de Tributação Internacional do G20, realizado em Brasília.

Segundo ele, o Brasil está “sendo rebelde e colocando uma proposta na mesa, se insurgindo contra esse estado de coisas e apontando um caminho”. “Tanta fartura em meio a tanta pobreza, penso que podemos avançar em algo razoável”, defendeu o ministro.

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Ele ainda afirmou que é preciso “repensar as instituições” para que o mundo dê conta dos desafios financeiros e climáticos impostos nos dias atuais.

Ameaça global

“Não vamos dar conta de nossas dificuldades e desafios a partir das instituições criadas até o presente. Vamos precisar repensar as instituições, os organismos multilaterais e os bancos multilaterais, bem como as relações internacionais”, afirmou o ministro da Fazenda. “A partir daí, vamos repensar o financiamento dessa equação, que é difícil.”

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Haddad afirmou que nenhuma crise climática é “nacional”, mas global. “É uma ameaça global, precisa ser tratada globalmente. A concentração de riqueza não acontece dentro de um país, acontece entre países.”

“Se comparar a renda per capita do país mais rico com o mais pobre, só isso deveria ser suficiente para assustar qualquer pessoa diante da disparidade que existe entre os países. É algo muito dramático”, afirmou.

Benefício mútuo

O Brasil, disse o ministro, precisa dar sua contribuição “porque a desigualdade é uma marca da nossa história”. “Até hoje, temos diante de nós o desafio de diminuir a desigualdade. Por alguns períodos, conseguimos fazer isso com muito esforço, mas com resultados muito modestos até aqui. Ainda há muita coisa a fazer”, defendeu o ministro.

Ele voltou a repetir que, no âmbito da presidência do G20, o Brasil vai sugerir aos demais países uma espécie de “Pilar 3” da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

O Pilar 1 institui que as maiores e mais lucrativas companhias — cerca de uma centena em todo o mundo — realoquem parte de seus lucros para os países onde vendem seus serviços. O Pilar 2, que abrange um grupo maior de multinacionais, cria um tributo mínimo global de 15% para as operações dessas empresas.

“Os pilares 1 e 2 são demonstrações de que é possível uma cooperação internacional em termos de taxação para benefício mútuo de todos os países envolvidos”, concluiu o ministro.

Com informações do Valor Econômico

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