Haddad: ‘Sem reforma tributária, fica muito mais difícil gerenciar nova regra fiscal’

Ministro da Fazenda avalia que a mudança no sistema de impostos poderá reduzir as alíquotas sobre consumo ao longo do tempo

Ministro Fernando Haddad. Foto: Diogo Zacarias / MF
Ministro Fernando Haddad. Foto: Diogo Zacarias / MF

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defendeu nesta quarta-feira (21) a aprovação da reforma tributária como forma de gerenciar a nova regra fiscal do país, que foi aprovada mais cedo na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado.

O texto do arcabouço vai voltar à apreciação da Câmara, após votação que ainda deve acontecer no plenário do Senado.

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“A reforma tributária é um pressuposto, na minha opinião, de a gente dar um passo na sustentabilidade fiscal do país”, declarou o ministro no seminário “Reforma Tributária: a hora é agora”, organizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).

“Sem a reforma tributária, fica muito mais difícil gerenciar a regra fiscal. A reforma tributária é um dos pressupostos da regra fiscal, porque traz segurança”, acrescentou.

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Haddad voltou a defender o corte de gastos tributários, o que, para ele, é uma “obrigação constitucional”. “Cada vez que se abre uma exceção tributária, o Judiciário a interpreta e você não sabe onde vai parar”, declarou o ministro.

De acordo com o chefe da Fazenda, a reforma tributária poderá reduzir as alíquotas sobre consumo ao longo do tempo.

Fundo Regional

O ministro da Fazenda afirmou ainda que é possível ter um fundo de desenvolvimento regional para garantir a aprovação da reforma tributária. Para o ministro, a ideia do fundo “se paga” com o tempo em razão do crescimento econômico que viria com as mudanças no sistema de cobrança de impostos.

Haddad não quis antecipar o valor que será destinado pelo governo federal ao fundo e reiterou que alternativas à proposta estão à mesa. “O valor do fundo não será impeditivo, mas é claro que haverá limites”, ressaltou o chefe da Fazenda.

“Nas próximas duas semanas, estaremos mergulhados na negociação para aprovar reforma na Câmara”, acrescentou, salientando que o fundo de desenvolvimento regional é um dos arranjos possíveis para a reforma tributária passar no Congresso após intensos debates.

Ele afirmou que chamar o sistema tributário brasileiro atual de “sistema” é um elogio. “Não tem nada de sistemático, atrapalha a vida dos empresários e governantes, não tem segurança jurídica”, disse o ministro.

Haddad voltou a dizer que o Brasil só tem um potencial de crescimento baixo porque está desorganizado. “Se nos organizarmos, esse país não tem como crescer pouco, sobretudo nesta quadra histórica que a geopolítica nos favorece”.

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Expectativa

A expectativa é de que o relatório da reforma tributária seja divulgado na quinta-feira (22), quando a cúpula da Câmara dos Deputados terá reunião com os governadores.

Segundo o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), o encontro tratará de “acomodações e possíveis mudanças no relatório”.

“Esperamos que a fonte e valor do fundo regional sejam resolvidos com governadores. Se essa questão não for resolvida, teremos outras alternativas”, acrescentou.

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