Haddad: quem tem de decidir sobre dividendos é Petrobras, mas está bem encaminhado isso
De acordo com o ministro da Fazenda, os números da empresa estão consistentes e há capacidade para realizar um plano de investimento eficiente
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta segunda-feira que cabe à Petrobras a decisão de distribuir ou não os dividendos extraordinários aos acionistas. Haddad ponderou, no entanto, que o tema está bem encaminhado e que a empresa está “robusta”.
Os dados sobre o caixa da estatal têm sido levados ao presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, segundo ele.
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“Temos levado muitas informações para o presidente sobre a situação do caixa da Petrobras para que ele Lula possa ter tranquilidade que o plano de investimento não vai ser prejudicado pelo financeiro”, disse o ministro.
Haddad afirmou que essas informações vão dar segurança para que a diretoria da Petrobras possa tomar uma decisão sobre os dividendos.
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De acordo com o ministro, os números da empresa estão consistentes e há capacidade para realizar um plano de investimento eficiente.
Ele repetiu que a estatal estava sendo “dilapidada”, em referência ao governo do ex-presidente da República Jair Bolsonaro (PL), e disse que é um desafio retomar a agenda de investimentos da companhia.
Questionado sobre um calendário para definição da distribuição de dividendos, Haddad disse que cabe à empresa, mas relembrou que está prevista uma reunião do Conselho para este mês.
Haddad se cala sobre troca no comando da Petrobras
No entanto, Haddad evitou comentar sobre eventual troca de comando da Petrobras. O ministro disse que o assunto não está na sua alçada e reforçou que não discute esse tema com o presidente Lula.
Como mostrou o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), Haddad foi chamado no domingo para retornar a Brasília para participar de uma reunião com Lula sobre o futuro da estatal.
A expectativa girava em torno da possibilidade de demissão do atual presidente da Petrobras, Jean Paul Prates. O chefe do Executivo, no entanto, se irritou com o vazamento e cancelou o encontro.
Até o momento, não há uma decisão se Prates continuará ou não no comando da Petrobras. Interlocutores do governo avaliam que, se Lula de fato decidir demiti-lo, o anúncio seria feito apenas após o fechamento do mercado.
O consenso é de que é preciso tomar uma medida em breve para evitar que as ações da empresa continuem em queda.
Desde a semana passada, após os rumores sobre a saída de Prates, passou a se especular em Brasília quem poderia tomar o posto.
O nome do presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, aparece, até o momento, como o mais cotado.
Não está descartada, no entanto, a possibilidade de manter o atual presidente da Petrobras no cargo e costurar um “meio-termo” para apaziguar os ânimos entre integrantes do governo.
Como mostrou o Broadcast, um arranjo alternativo seria Mercadante na presidência do conselho da estatal, mediando conflitos entre a diretoria e demais integrantes indicados pelo Poder Executivo, enquanto Prates manteria o cargo, mas com foco na parte operacional da empresa.
Com informações do Estadão Conteúdo