Haddad sobre autonomia do BC: ‘Uma coisa é criticar, outra é ter ingerência’

Ministro da Fazenda repercutiu falas do presidente Lula e de Roberto Campos Neto

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em discurso.  Foto: Valter Campanato/Agência Brasil
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em discurso. Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou na segunda-feira (23) que a lei de autonomia do Banco Central (BC) “está aí e está sendo cumprida” pelo governo atual.

“Sobre a independência do BC, eu entendo que o Roberto Campos Neto deu uma declaração muito feliz, quando ele interpretou de forma generosa o que disse o presidente Lula. Que foi basicamente o seguinte: você pode ter um BC independente sem que a lei tenha sido estabelecida como aconteceu no governo dele”, ressaltou.

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“A lei é passo importante na direção da independência, mas ela por si só não garante a independência, é preciso cobrar”, pontuou.

Segundo Haddad, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que o presidente do BC em sua gestão “ficou oito anos sem ninguém se imiscuir nos assuntos internos” da autoridade monetária.

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“Uma coisa é criticar, outra coisa é ter ingerência interna, isso não aconteceu nos oito anos do governo Lula. A lei está aí e está sendo respeitada neste governo. Mas a garantia de independência é uma coisa na prática”, reforçou.

Haddad afirmou que várias agências públicas “que deveriam ser mais independentes do que são” às vezes são capturadas pelo governo ou pelo setor privado.

Meta de inflação

O ministro da Fazenda também comentou que o teto de gastos, apesar de “soar bem”, é “inexequível”. “É sempre essa cautela em ser crível e confiável, em buscar algo exigente, demandante, mas que é exequível”, disse.

Haddad avaliou que, no caso do Brasil, os agentes econômicos estão confiantes de que se está convergindo para a meta de inflação.

“Isso tem que ser observado pelo CMN [Conselho Monetário Nacional]. Todo mundo prefere uma inflação mais baixa do que mais alta”, ressaltou.

“Apesar da meta apertada, tem uma chance de a gente estar dentro da banda, que é relativamente alta no Brasil, que é de 1,5 ponto percentual. Então às vezes você olha para os 3,25% mas não olha para a banda. Tudo isso tem que ser ponderado com sobriedade e olhando para o mercado e qual é o comportamento dos preços, as chances de se convergir para uma inflação mais baixa, que é sempre o mais desejável”, concluiu.

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