Greve de aeronautas atrasa voos na antevéspera do Natal, com filas em aeroportos
Categoria recusa nova proposta do sindicato patronal e decide manter paralisação
A greve de pilotos, copilotos e comissários chegou ao quinto dia nesta sexta-feira, provocando filas e atrasos em aeroportos na antevéspera do Natal. A paralisação vem ocorrendo diariamente, desde segunda-feira, entre 6h e 8h nos aeroportos de São Paulo (Congonhas, Guarulhos e Viracopos), Rio de Janeiro (Galeão e Santos Dumont), Porto Alegre, Belo Horizonte (Confins), Brasília e Fortaleza.
O presidente do Sindicato Nacional dos Aeronautas, Henrique Hacklaender, afirmou que a categoria estuda ampliar, nos próximos dias, os horários de paralisação caso não haja acordo com as companhias aéreas.
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O SNA se reuniu na quinta-feira com o Tribunal Superior do Trabalho (TST), em Brasília, onde recebeu uma proposta para encerrar a paralisação. No mesmo dia, mais tarde, quase seis mil trabalhadores da classe participaram de uma votação on-line que terminou com 59,25% de rejeição à oferta salarial por parte das empresas. Foram 59,25% votos contrários e 40.02% favoráveis, além de 0,73% abstenções.
Foi a primeira proposta patronal desde o início da greve. O acordo oferecia reajuste da inflação pelo INPC (5,97%) e 1% de aumento real, em resposta à reivindicação de 5% da categoria.
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“As empresas precisariam endereçar tanto a parte salarial quanto a questão das folgas. Se elas não podem fazer ambas, podem escolher uma reivindicação e atender na integralidade. O que veio foi um aumento real de apenas 1% sem nenhum endereçamento das cláusulas sociais”, diz Hacklaender.
No aeroporto de Congonhas, em São Paulo, o painel da Infraero mostrava às 7h atrasos em ao menos cinco voos, quatro deles com destino ao Santos Dumont e um a Vitória. Nas áreas do check-in, o movimento estava mais intenso que o de costume, com famílias inteiras nas filas. Parte dos passageiros decidiu chegar mais cedo para despachar as bagagens.
A negociação dos trabalhadores e empresas é mediada pelo TST, que determinou ao sindicato que ao menos 90% do efetivo de tripulantes permaneça em suas funções durante a greve.
A esteticista Lúcia Germano, de 65 anos, e o contador Mauri Germano, de 67, estavam no aeroporto Santos Dumont nesta manhã, esperando um voo para Campinas, onde vão passar o fim de ano com a família. Com as passagens nas mãos, o casal afirmou estar apreensivo com a possibilidade de ter o voo cancelado ou atrasado pela greve, mas demonstrou apoio à causa dos aeronautas.
“É uma pena que tenham que fazer uma paralisação dessas para ver se conseguem alguma coisa, mas acho justo que façam isso”, disse Lúcia.
Por Leticia Messias e Ivan Martínez-Vargas