Governo avalia efeitos de pedido do setor de siderurgia para elevar taxa de importação do aço

Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços diz ser sensível à preocupação do setor, mas ponderou também que o pedido pode gerar impacto inflacionário em caso de sobretaxação

Linha de produção da Usiminas - Foto: Divulgação/Usiminas
Linha de produção da Usiminas - Foto: Divulgação/Usiminas

O secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Márcio Elias Rosa, reforçou nesta sexta-feira que o governo está debruçado sobre a demanda da indústria siderúrgica, que cobra uma elevação a 25% nas taxas de importação do aço.

Elias Rosa observou que o governo é sensível à preocupação do setor, mas ponderou também que o pedido pode gerar um efeito para outros segmentos, que temem impacto inflacionário em caso de sobretaxação. As variáveis estão sendo analisadas e ainda não há um prazo para a decisão, disse o número 2 do vice-presidente e ministro Geraldo Alckmin.

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“Isso ainda está sendo avaliado, analisado. O governo precisa e vai lançar mão de algum instrumento, seja para atender, seja para negar. Enfim, é essa decisão que precisa ser tomada. Alguns setores são estratégicos e provocam um efeito em cascata. Pode ter impacto inflacionário, é o transbordamento, um efeito de transbordamento. E qual é esse efeito? É um efeito positivo ou é um efeito negativo sobre o preço? Isso precisa ser avaliado. Agora, essa não é uma avaliação simples de ser feita”, disse em entrevista à revista Exame, transmitida ao vivo.

Como mostrou o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), o impacto inflacionário de uma eventual sobretaxa no aço é um dos principais pontos observados pelos técnicos do governo. A indústria siderúrgica nacional é prejudicada pelo excesso de capacidade produtiva de outros países, especialmente a China.

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E, antes mesmo da guerra na Ucrânia, países têm adotado políticas protecionistas à siderurgia, como os Estados Unidos fizeram em 2018. México, Chile e nações europeias também elevaram as taxações recentemente – e são citados como exemplos pelas empresas brasileiras.

Apesar do perfil mais protecionista, o governo se vê numa encruzilhada porque não pode ignorar os impactos inflacionários de um eventual aumento do imposto de importação. O receio de que a sobretaxa sobre o aço provoque impactos inflacionários e danos à economia não é exclusivo do governo.

Como mostrou também o Broadcast, uma coalizão de 16 entidades alertou para o risco de desindustrialização caso o Brasil venha a aumentar a taxação das importações de aço de aproximadamente 12% para 25%.

Com informações do Estadão Conteúdo

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