Goldman Sachs: Pacote fiscal não é ambicioso nem alinhado com o cenário macro atual
Banco vê a taxa básica de juros caminhando mais profundamente para um território restritivo
Em nota do economista Alberto Ramos, o banco americano Goldman Sachs disse que o pacote fiscal anunciado pelo governo “é decepcionante”. “Muito difuso, de rendimento incerto e excessivamente carregado.”
Ramos nota que a medida de isenção do IR para rendimentos até R$ 5 mil, juntamente com uma carga tributária maior e incerta sobre os que ganham alta renda, “consolida a visão de que o governo continua a adotar uma estratégia de impostos e gastos em vez de se concentrar diretamente em apertar a postura fiscal, dada a deterioração da dinâmica da dívida e o aumento dos prêmios de risco fiscal”.
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Na análise do economista, as metas de resultado primário para 2025 e 2026 (ligeiramente abaixo de 0,00%/+0,25% do PIB), são brandas e cada vez mais distantes do que um quadro macroeconômico equilibrado exigiria. “Na verdade, mesmo se alcançadas, as metas atuais são consistentes com o aumento contínuo da dívida em relação ao PIB”, diz.
Isso porque, dado que a economia está superaquecida (o hiato do produto está positivo), as expectativas de inflação de curto e médio prazo continuam a se deteriorar e o câmbio se desvalorizar com o aumento dos prêmios de risco fiscal, a dinâmica da dívida está se deteriorando em ritmo rápido, diz Ramos.
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Como resultado, a postura fiscal pró-cíclica frouxa levou o banco central a retomar os aumentos das taxas de juros e a levar a taxa básica de juros mais profundamente para um território restritivo, conclui.
Com informações do Valor Econômico