Gasolina deve subir mais no Brasil, com barril do petróleo acima de US$ 90
A valorização do real frente ao dólar nos últimos dias é insuficiente para compensar a alta da commodity
A Petrobras pode anunciar novos reajustes nos preços dos combustíveis nos próximos dias, apontam analistas. O motivo é a recente alta do barril de petróleo no mercado internacional. O Brent, referência da companhia brasileira, era negociado a US$ 93,46 nesta sexta-feira (4).
Nas contas do presidente do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), Adriano Pires, os preços do diesel e da gasolina no mercado interno já teriam chegado até ontem a uma defasagem de 10% em relação à paridade internacional. Pelo lado do câmbio, outro componente que influencia a política de preços da empresa, o especialista avalia que a valorização do real frente ao dólar nos últimos dias não deve ser suficiente para compensar a alta da commodity.
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“Com o aumento do barril, a defasagem dos combustíveis tende a aumentar. O câmbio pode ajudar a fazer com que esse aumento seja menor, tem uma compensação, mas não reduz significativamente a defasagem”, diz Pires.
A avaliação do analista sênior de óleo e gás da Bloomberg Intelligence, Fernando Valle, vai na mesma direção. “É provável que o Brent continue sendo o fato mais relevante para os preços dos combustíveis no Brasil. O barril subiu mais do que a queda do dólar, ao mesmo tempo em que temos um aumento no custo de logística. A alta no preço do barril também está levando a um aumento no custo de serviços e equipamentos para a produção de petróleo, que a Petrobras e outros empresas devem sentir ao longo de 2022”, explica Valle.
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O último reajuste realizado pela Petrobras nos preços de venda para as distribuidoras nas refinarias ocorreu em 12 de janeiro, quando a companhia anunciou que a gasolina passaria a ser vendida ao preço médio de R$ 3,24 por litro, alta de 4,85%. Já o diesel passou a ser vendido ao preço médio de R$ 3,61 por litro, um acréscimo de 8,08%.
Com reportagem do Valor PRO, serviço de notícias em tempo real do Valor Econômico