Galípolo endurece tom e derruba juro longo em dia de IPCA acima do esperado

Diretor de política monetária do BC mostrou um discurso bastante alinhado ao da ata da Copom, afirmou que os novos diretores ainda precisam conquistar credibilidade e enfatizou o compromisso com a meta de inflação

O diretor de política monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo. Foto: Washington Costa/MF
O diretor de política monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo. Foto: Washington Costa/MF

O mercado retira prêmios de risco na parte longa da curva de juros no pregão desta sexta-feira (8), o que leva a uma queda firme nas taxas futuras.

Após as falas consideradas duras do diretor de política monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, na noite de ontem, agentes avaliam que aumentou a probabilidade de uma elevação de juros no curto prazo e diminuiu o risco de um Copom mais leniente com a inflação a partir do ano que vem.

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Galípolo é considerado o favorito para assumir a presidência do BC no próximo ano, com o fim do mandato de Roberto Campos Neto. Reportagem da Inteligência Financeira detalhou o perfil do economista, o que pensa e sua trajetória no mercado.

Impacto sobre as taxas longas de juros

O cenário contribui para uma apreciação da moeda brasileira o que, junto com um ambiente externo mais calmo, acaba trazendo para baixo as taxas longas de juros.

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Perto das 16h40, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2025 subia de 10,69% no ajuste anterior para 10,74%. A do DI para janeiro de 2026 recuava de 11,575% para 11,625%.

A do DI para janeiro de 2027 oscilava de 11,695% para 11,55%. Por fim, a do DI para janeiro de 2029 recuava de 11,815% para 11,61%. Na ponta longa da curva, a taxa do DI para janeiro de 2033 recuava de 11,83% para 11,60%.

Nos EUA, o rendimento da T-note de 10 anos caía de 3,997% para 3,937%.

No mesmo horário, o dólar comercial caía 1,10% contra o real, negociado a R$ 5,5130. A queda da divisa americana supera os 3% nesta semana.

Galípolo e a inflação

Galípolo mostrou um discurso bastante alinhado ao da ata da Copom, divulgada na terça-feira. Ele afirmou que os novos diretores ainda precisam conquistar credibilidade perante a sociedade e enfatizou o compromisso com a meta de inflação. Disse isso ao lembrar que o IPCA projetado para o primeiro trimestre de 2026, atual horizonte relevante da política monetária, está em 3,2%. E, portanto, acima da meta de inflação (3,0%).

O dirigente também emitiu a opinião de que o balanço de riscos para a inflação era assimétrico neste momento, com mais riscos de alta para a inflação.

O discurso foi percebido pelos agentes financeiros como “hawkish” (conservador) e alinhado com o de uma redução nos riscos relacionados à condução futura da política monetária. Assim, a curva de juros se ajusta ao cenário para refletir uma percepção de maior risco de elevação de juros no curto prazo e de menores riscos no longo prazo.

Além disso, os números um pouco mais salgados que o esperado do IPCA de julho, especialmente em relação à composição, que mostrou núcleos de inflação e preços de serviços acima do esperado pelo mercado. Dessa maneira, contribuem com a visão de uma postura mais conservadora do BC no curto prazo, o que ajuda a retirar prêmios da ponta longa da curva.

Com informações do Valor Econômico

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