FMI vê Brasil ‘resiliente’ e eleva projeção de alta do PIB em 2024 para 1,7%

Para 2025, a expectativa de crescimento da economia nacional permaneceu em 1,9%

Foto: Rafael Henrique/SOPA Images/Reuters
Foto: Rafael Henrique/SOPA Images/Reuters

O Fundo Monetário Internacional (FMI) está mais otimista com o Brasil e vê o país crescendo 1,7% neste ano, contra projeção anterior de 1,5%, conforme a atualização do seu relatório Perspectiva Econômica Mundial (WEO, na sigla em inglês), publicada nesta terça-feira (30).

Ainda assim, a economia brasileira deve desacelerar frente a 2023, quando deve ter avançado 3,1%, prevê o organismo com sede em Washington, nos Estados Unidos.

Receba no seu e-mail a Calculadora de Aposentadoria 1-3-6-9® e descubra quanto você precisa juntar para se aposentar sem depender do INSS

Com a inscrição você concorda com os Termos de Uso e Política de Privacidade e passa a receber nossas newsletters gratuitamente

À frente, o FMI espera que o Brasil volte a acelerar o passo. O Fundo estima que o Produto Interno Bruto (PIB) do país cresça 1,9% em 2025, projeção inalterada frente às estimativas divulgadas pelo organismo em outubro do ano passado.

“Muitas economias continuam a demonstrar grande resiliência, com o crescimento a acelerar no Brasil, na Índia e nas principais economias do Sudeste Asiático”, diz o economista-chefe do FMI, Pierre-Olivier Gourinchas, em comentário sobre as novas projeções econômicas do Fundo.

Últimas em Economia

Apesar disso, o Brasil deve crescer em ritmo aquém ao estimado para a América Latina em 2024, a despeito do corte na projeção do organismo para a região.

O Fundo vê a economia latina crescendo 1,9% neste ano, 0,4 ponto porcentual abaixo da sua estimativa anterior.

Para 2025, o FMI espera que a América Latina retome o fôlego e cresça 2,5%, mesmo avanço projetado para o PIB do ano passado.

Segundo o Fundo, a revisão regional é justificada pela expectativa de mais um ano de recessão na Argentina, devido ao “ajuste político significativo para restaurar a estabilidade macroeconômica” do país.

Sob o governo de Javier Milei, o país deve amargar uma queda de 2,8% neste ano, projeção piorada em 5,6 pontos porcentuais.

No ano passado, a Argentina já havia encolhido 1,1%, conforme as projeções do organismo. Para 2025, porém, o Fundo vê recuperação, com crescimento de 5,0%, uma melhora de 1,7 p.p. frente às projeções de outubro.

Por outro lado, o FMI destaca a melhora das projeções para grandes economias como a do Brasil e do México em 2024.

No caso da economia mexicana, o Fundo melhorou a sua projeção em 0,6 p.p., para uma alta de 2,7% neste ano.

O país tem se beneficiado de maiores volumes de negócios com países vizinhos, o chamado ‘nearshoring’, na esteira da pandemia e das tensões geopolíticas agravadas pela guerra na Ucrânia e, mais recentemente, no Oriente Médio.

“A melhoria nas projeções para o Brasil e O México reflete, em grande parte, os efeitos de transferência de uma demanda interna mais forte do que o esperado e de um crescimento superior ao previsto nas grandes economias parceiras comerciais em 2023”, diz o FMI, no relatório.

Fiscal e monetária

O FMI afirma ainda que sua visão para o quadro fiscal das economias emergentes e em desenvolvimento é “neutra”. A exceção, diz o Fundo, é o Brasil e a Rússia, que tiveram sua política fiscal flexibilizada no ano passado.

Nesse sentido, o organismo vê os países emergentes e em desenvolvimento com maior restrição de gastos em 2024, diante da necessidade de recompor as contas e conter a trajetória ascendente da dívida.

“Espera-se que esta mudança abrande o crescimento no curto prazo”, alerta o Fundo.

Já a política monetária tem sido “assíncrona” entre os países ricos e os emergentes, define o FMI. Isso porque enquanto economias como as da Europa e dos EUA avaliam o momento certo de começar a cortar os juros neste ano, na América Latina, a flexibilização já começou.

“Alguns países com inflação em queda – incluindo o Brasil e o Chile, onde os bancos centrais apertaram a política mais cedo do que noutros países – as taxas de juro têm diminuído desde o segundo semestre de 2023”, reconhece o FMI.

Com informações do Estadão Conteúdo

A Inteligência Financeira é um canal jornalístico e este conteúdo não deve ser interpretado como uma recomendação de compra ou venda de investimentos. Antes de investir, verifique seu perfil de investidor, seus objetivos e mantenha-se sempre bem informado.

Mais em Macroeconomia


Últimas notícias

VER MAIS NOTÍCIAS