Com o feriado do Dia da Independência nos EUA, investidor local monitora agenda política e dados da indústria
Sem apetite estrangeiro por feriado nos EUA, bolsa de valores pode subir por ânimo do investidor brasileiro após abertura de mercado
Enquanto os americanos celebram o “Dia da Independência” nos Estados Unidos, os investidores brasileiros podem amargar um pregão de “baixa liquidez” nesta terça-feira (4). O investidor local deve virar a atenção para os dados de produção industrial do Brasil, a serem divulgados às 9h.
Na segunda-feira, o índice Ibovespa, o principal da B3, avançou 1,34% e atingiu o patamar de 119.672 pontos. No entanto, nesta terça-feira a bolsa brasileira terá um pregão mais morno, afirma João Piccioni, analista da Empiricus Research. Ele explica que isso deve ocorrer pela falta de apetite do investidor estrangeiro, em particular o americano, pelo fechamento das bolsas do país.
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Tudo aponta para um dia de “baixa liquidez”, afirma João Abdouni, sócio da casa de análises INV.
Ontem, as curvas de juros futuros de 2026 e 2027 atingiram mínimas abaixo de 10% pela primeira vez desde 2021, o que indica a empolgação do mercado com os novos dados do Boletim Focus.
A ala otimista do mercado pode impulsionar as negociações locais. A bolsa brasileira pode abrir com tendência de alta, o que privilegiaria ações de instituições financeiras, como BTG (BPAC11) e a própria B3 (B3SA3), diz Abdouni.
O índice SMLL (Small Caps) também pode avançar com o bom humor do investidor, frisa Piccioni. “As small caps estão chamando bastante a atenção do mercado. Sem o exterior para balizar, podemos ter um dia positivo para a bolsa.”
Reforma Tributária e sabatinas para o BC no radar
No âmbito doméstico, os dados de Produção Industrial mensal do IBGE devem nortear investimentos na bolsa. A pesquisa será divulgada às 9h (Brasília). De acordo com Gabriel Rech, estrategista-chefe do Macro Assessoria, aponta que este indicador será “o mais importante da semana” no ambiente macroeconômico.
Para esta terça-feira, a partir da abertura, o mercado deve ficar de olho em duas movimentações no Congresso.
A primeira é a reforma tributária, com tramitação acelerada. Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara dos Deputados, afirma que o texto substitutivo que reestrutura o sistema de tributação do consumo deve ser votado pela Casa até o final desta semana.
Além disso, a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), do Senado, deve sabatinar o Secretario Executivo da Fazenda, Gabriel Galípolo, para assumir a diretoria do Banco Central. Caso aprovado, o número dois do ministro Fernando Haddad [Fazenda] vai assumir a diretoria de Política Monetária do Banco Central.
O Senado também ouvirá o segundo indicado de Haddad à diretoria do BC, o auditor Ailton Aquino dos Santos. Ele assumirá a diretoria de Fiscalização da autoridade, caso aprovado pela comissão.
Atenção para China e PMI nos EUA
Dados da China continuam a influenciar as ações de empresas brasileiras. Se ontem os papéis ordinários de Vale encerraram o pregão com alta de 3,19%, a tendência é que o setor de mineração e siderurgia continue com bom desempenho nesta quarta-feira.
“Apesar da pequenina recuperação, a China está mantendo o minério de ferro acima dos US$ 110 por tonelada, puxando Vale”, diz Abdouni.
Outro dado da China pode nortear investimento na quarta-feira: a S&P divulga o PMI de Serviços da China após o fechamento da B3, no final da noite. Este é outro dado importante para empresas brasileiras, aponta Rech.
Outro indicador no exterior quente para investidores brasileiros será o Payroll norte-americano, que sai na sexta-feira (7).
“O consenso estima a criação de 225 mil empregos, desacelerando em relação ao resultado anterior, mas significativamente acima da média histórica”, finaliza Rech.
