Faz um Pix: Shopee, Google Pay e Mercado Bitcoin estão chegando

Movimento ilustra como um grupo crescente de empresas não financeiras está buscando surfar no sucesso do sistema de pagamentos

Tela do site do Banco Central com informações sobre o funcionamento do Pix. Foto: Marcelo Casal Jr./Agência Brasil
Tela do site do Banco Central com informações sobre o funcionamento do Pix. Foto: Marcelo Casal Jr./Agência Brasil

Shopee, Google Pay, Mercado Bitcoin, cartões Ticket.

Estes e outros quase 90 nomes estão na fila para receber do Banco Central a licença para poderem ser integrantes do Pix.

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O movimento ilustra como um grupo crescente de empresas não financeiras está buscando surfar o sucesso do sistema eletrônico de pagamentos no Brasil.

“A gente quer ser um participante ativo do sistema financeiro”, disse Fabrício Tota, diretor de Novos Negócios no Mercado Bitcoin.

A corretora de criptomoedas, que obteve licença de instituição de pagamentos poucos meses atrás, enxerga um sem-número de oportunidades para transações com o Pix, inclusive para compras internacionais. Eles ainda aguardam a licença para operar efetivamente o pix.

Sucesso rápido

Prestes a completar três anos de sua estreia, o Pix tem atualmente 801 instituições participantes, quase todas bancos, carteiras digitais e cooperativas de crédito.

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Com a rápida aceitação do público – alcançando 80% da população adulta no país -, o que inicialmente foi um mecanismo exclusivo para pagamentos entre pessoas rapidamente ganhou relevância comercial.

Atualmente, o mecanismo responde por 1/3 das transações feitas entre pessoas e empresas, segundo dados do BC, a maioria de pequenos negócios.

Isso catapultou o Brasil para a vice-liderança mundial em pagamentos instantâneos, com mais de 30 bilhões de transações em 2023, só atrás da Índia.

Com isso, o sistema tem atraído empresas de grande porte oriundas de uma variedade de setores e geografias.

Estão na fila para receber a licença de participante direta do Pix corretoras de valores, plataformas de comércio eletrônico, redes varejistas, empresas de benefícios e bolsas de criptoativos, entre outras.

Por que?

Para especialistas, esse movimento reflete a busca de um universo crescente de empresas que querem ter um braço próprio de pagamentos, em busca de mais agilidade, flexibilidade, menos custos e fricções transacionais.

“Vai ser cada vez mais comum ver players como plataformas de conteúdo e de e-commerce terem próprios braços de Pix”, disse Rodrigoh Henriques, diretor da Fenasbac, hub de inovação apoiado pelo BC.

E o Brasil, vice-líder mundial em pagamentos em tempo real, à frente da China, segundo a consultoria ACI WorldWide, tem se revelado um importante campo de testes para empresas globais.

São os casos do portal de comércio eletrônico Shopee, de Singapura, e do Google Pay, braço de pagamentos do Google.

Na Índia, líder mundial em volume de pagamentos instantâneos, a versão local do Pix, UPI, já tem entre os integrantes o Google Pay desde 2019.

A tendência é que esse caminho seja seguido por empresas de redes sociais e de varejo, uma vez que ela é uma ferramenta poderosa não apenas para fisgar clientes em campanhas online, como também para engajá-los.

“Se estou jogando num game online e quero comprar uma skin ou espada nova, posso comprar por Pix”, ilustrou o diretor da Fenasbac.

No caso de temporadas de compras, como Natal, Black Friday e outras datas comemorativas, plataformas de comércio eletrônico podem amplificar o uso do mecanismo para incentivar compras por impulso.

Modelos alternativos

Simultaneamente, os próprios avanços regulatórios e a implementação de sistemas de pagamento instantâneo em mais países devem estimular o surgimento de novas soluções, dizem os especialistas.

Atualmente, 52 países têm algum sistema de pagamento nos moldes do Pix, segundo a ACI Worldwide.

Uma das tendências nesse sentido são as diferentes formas de pagamentos internacionais.

Em capitais latino-americanas, como Buenos Aires e Santiago, turistas já têm visto um número crescente de lojas que aceitam Pix.

Na prática, embora o pagador não veja, essas transações envolvem um sistema em que o vendedor transfere os recebidos entre uma conta mantida no Brasil e outra no seu país de origem.

Recentemente, a fintech FitBank revelou à Inteligência Financeira que está fazendo uma parceria que permitirá a brasileiros fazerem compras físicas na Flórida usando Pix.

Também, algumas corretoras de criptoativos já disponibilizam a clientes opções de pagamento com Pix envolvendo criptomoedas.

“É uma das coisas que pretendemos fazer em breve”, disse Tota, do Mercado Bitcoin.

Consultados, a Edenred, dona da marca de cartões de benefício Ticket, e a Shopee preferiram não se manifestar sobre seus planos para o Pix.

O Google Pay afirmou que a obtenção de aval do BC para atuar como iniciador de transação de pagamentos lhe permitirá oferecer mais opções de pagamento aos seus usuários.

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