5 fatos marcantes sobre Hassan Nasrallah, o número 1 do Hezbollah, morto por Israel

Nasrallah esteve à frente do Hezbollah desde 1992 e foi o responsável pela projeção global do grupo, fundado para lutar contra Israel

Hassan Nasrallah, chefe do Hezbollah, acusa Israel por explosões de aparelhos eletrônicos no Líbano e promete vingança — Foto: Jornal Nacional/ Reprodução
Hassan Nasrallah, chefe do Hezbollah, acusa Israel por explosões de aparelhos eletrônicos no Líbano e promete vingança — Foto: Jornal Nacional/ Reprodução

O Hezbollah confirmou na manhã de sábado (28) que Hassan Nasrallah, chefe do grupo extremista, foi morto durante bombardeio de Israel em Beirute, capital do Líbano, na sexta-feira (27).

Número 1 e principal rosto do Hezbollah, Hassan Nasrallah comandava o grupo extremista libanês desde 1992 e foi o responsável por levar o grupo, fundado para lutar contra Israel, para o centro da arena política do Líbano. O Hezbollah é hoje um dos principais partidos políticos do país.

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Em paralelo, Nasrallah comandou o fortalecimento do braço armado do grupo extremista. O Hezbollah tem um arsenal mais forte que o do próprio governo do Líbano. E tem também influência em outros países árabes — o que fez com que Nasrallah tivesse uma ampla influência regional no Oriente Médio.

Quem foi Hassan Nasrallah

Hassan Nasrallah, de 64 anos, era uma figura de grande culto de personalidade entre seus seguidores, especialmente na comunidade muçulmana xiita. Considerado o homem mais poderoso do Líbano, liderou o movimento islamista pró-Irã por 32 anos.

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Sua liderança ganhou força em 1997, após a morte de seu filho mais velho em combate. Sob seu comando, o Hezbollah evoluiu de uma milícia armada para uma força política significativa, com representação no parlamento e no governo libanês.

Financiado pelo Irã, o grupo se tornou um aliado crucial de Teerã na região, formando um eixo que inclui grupos armados no Iraque, os rebeldes houthis do Iêmen e o Hamas palestino.

Desde 2006, ele vivia escondido para escapar do exército israelense, com raras aparições públicas nos últimos 18 anos.

5 fatos marcantes sobre Hassan Nasrallah

Conheça 5 fatos marcantes sobre Hassan Nasrallah.

  1. Ele se tornou secretário-geral do Hezbollah em 1992, aos 35 anos, tornando-se a face pública de um grupo que antes era obscuro e fundado pelas Guardas Revolucionárias do Irã em 1982 para combater as forças de ocupação israelenses.
  2. Nasrallah cresceu no empobrecido bairro Karantina, em Beirute. Sua família é originária de Bazouriyeh, uma vila no sul do Líbano, predominantemente xiita, que hoje forma o coração político do Hezbollah. Ele faz parte de uma geração de jovens xiitas libaneses cuja perspectiva política foi moldada pela Revolução Islâmica do Irã em 1979.
  3. Antes de chefiar o grupo, ele costumava passar noites com guerrilheiros na linha de frente lutando contra o exército de ocupação de Israel. Seu filho adolescente, Hadi, morreu em batalha em 1997, uma perda que lhe confere legitimidade entre sua base xiita no Líbano.
  4. Ele negou veementemente qualquer envolvimento do Hezbollah no assassinato do ex-primeiro-ministro Rafik al-Hariri em 2005, após um tribunal apoiado pela ONU ter indiciado quatro membros do grupo. Nasrallah rejeitou o tribunal — que em 2020 acabou condenando três deles à revelia pelo assassinato — como uma ferramenta nas mãos dos inimigos do Hezbollah.
  5. Sob o comando de Nasrallah, o Hezbollah também se confrontou com adversários em casa, no Líbano. Em 2008, ele acusou o governo libanês — apoiado na época pelo Ocidente e pela Arábia Saudita — de declarar guerra ao tentar proibir a rede de comunicação interna de seu grupo. Nasrallah prometeu “cortar a mão” que tentasse desmontá-la. Isso provocou quatro dias de guerra civil, colocando o Hezbollah contra combatentes sunitas e drusos, e o grupo xiita assumiu metade da capital Beirute.

Consequências da morte de Hassan Nasrallah

A morte de Nasrallah levanta questões sobre a sucessão no Hezbollah e a resposta do grupo aos ataques israelenses.

Nos próximos dias, o Hezbollah deve decidir quem assumirá a liderança e coordenará eventuais ataques a Israel.

A situação é crítica para ambos os lados, com Israel em estado de alerta e o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu buscando fortalecer sua posição política em meio ao conflito.

A morte de Nasrallah não só marca o fim de uma era para o Hezbollah, mas também abre um novo capítulo de incertezas e possíveis escaladas de violência na região.

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