Europa deve se preparar para a interrupção total do fornecimento de gás russo

O alerta foi feito por Fatih Birol, chefe da Agência Internacional de Energia

Foto: Pixabay
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A Agência Internacional de Energia (AIE) alertou que a Europa deve se preparar imediatamente para o corte completo do fornecimento de gás russo neste inverno e pediu para que os governos tomem medidas para reduzir a demanda e manter usinas nucleares antigas abertas.

Fatih Birol, chefe da AIE, disse que a decisão da Rússia de reduzir o fornecimento de gás para os países europeus na semana passada pode ser o prenúncio de novos cortes, já que Moscou procura ganhar “alavancagem” durante sua guerra com a Ucrânia.

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“A Europa deve estar pronta para o caso do fornecimento de gás russo ser interrompido completamente”, disse Birol em entrevista ao “Financial Times”.

“Quanto mais nos aproximamos do inverno, mais claras ficam as intenções da Rússia”, acrescentou ele. “Acredito que os cortes são voltados para evitar o armazenamento das reservas de gás na Europa e aumentar a alavancagem da Rússia nos meses de inverno.”

A AIE foi uma das primeiras entidades a acusar publicamente a Rússia de manipular o fornecimento de gás para a Europa na preparação para a invasão da Ucrânia.

Birol disse que as medidas de emergência adotadas pelos países europeus para reduzir a demanda por gás, como a volta de antigas usinas a carvão, foram justificadas pela escala da crise, apesar das preocupações com o aumento das emissões de carbono.

Ele afirmou que o aumento na geração de energia a carvão é “temporário” e ajudaria a preservar o suprimento de gás para aquecimento no inverno. As emissões adicionais de carbono da queima de carvão seriam compensadas por uma aceleração nos planos da Europa de reduzir sua dependência de combustíveis fósseis importados e aumentar a capacidade de geração renovável, acrescentou.

Mas Birol alertou que as medidas tomadas pelos governos europeus até agora provavelmente não foram suficientes se as exportações russas forem cortadas por completo, e disse que os países deveriam fazer todo o possível para preservar os suprimentos agora para garantir que os reservatórios possam ser preenchidos antes dos meses de inverno.

“Acredito que haverá mais medidas para conter a demanda [tomadas pelos governos na Europa] à medida que o inverno se aproxima”, disse Birol, acrescentando que o racionamento de gás continua sendo uma possibilidade real caso a Rússia reduza ainda mais as exportações.

A Suécia, Dinamarca e Itália seguiram na terça-feira os passos de Alemanha, Áustria e Holanda ao anunciar a primeira fase dos planos de emergência para preservar o abastecimento de gás, mas nenhum desses planos inclui o racionamento.

A Europa reduziu sua dependência do gás russo de 40% para cerca de 20% desde a invasão da Ucrânia, de acordo com a consultoria ICIS.

O chefe da AIE disse que os países devem tentar adiar o fechamento de usinas nucleares para ajudar a limitar a quantidade de gás usado na geração de eletricidade.

A Alemanha enfrentou críticas por sua decisão de continuar desativando suas usinas nucleares durante a crise de energia.

Embora Birol não tenha destacado nenhum país, ele disse que todos “deveriam considerar adiar o fechamento [de usinas nucleares] enquanto houver condições de segurança”.

Berlim indicou que acredita que os obstáculos técnicos e de segurança para manter as fábricas abertas são muito altos, e deve manter os planos de fechamento.

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