Live IF: Esvaziamento do Ministério do Meio Ambiente e as consequências para o investidor
Mara Luquet e o diretor de análise digital do JOTA, Iago Bolívar, falam da reação dos investidores estrangeiros sobre as modificações que prejudicam o meio ambiente
Na live “Papo Inteligente” desta segunda-feira (29), a jornalista Mara Luquet e o analista político e diretor de Análise Digital do JOTA, Iago Bolívar, falaram da chance do governo emplacar pautas importantes para o País, relacionas ao meio ambiente, como questões indígenas e exploração da floresta amazônica.
Bolivar explicou que a semana passada foi um choque de realidade para o atual governo que, ainda, comemorava a grande vitória do arcabouço fiscal no Congresso Nacional.
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Talvez, isso possa ter passado a ideia às pessoas de que o governo tem uma base forte nas pautas relacionadas ao meio ambiente. Só que não é bem assim.
A Câmara dos Deputados aprovou, na quarta-feira (24), a medida provisória 1150, que altera a Lei da Mata Atlântica e flexibiliza o controle do desmatamento no bioma.
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Além disso, o texto da MP 1154, aprovado em uma comissão especial do Congresso, alterou a estrutura dos ministérios e pastas, retirando atribuições dos ministérios dos Povos Indígenas e do Meio Ambiente.
O diretor de Análise Digital do JOTA, Iago Bolívar, explica que, na prática, há uma ligação direta do governo com o presidente da Câmara, Arthur Lira, para a aprovação de medidas econômicas, mais próximas do que o mercado espera.
“Já as medidas ligadas à pauta ambiental e à demarcação de terras indígenas não passam. O Congresso, mais de direita, resiste e o governo fica mais frágil, sem instrumentos”, afirma.
Bolivar estima uns 2 parlamentares indígenas, enquanto a bancada ruralista em uns 250 integrantes. Por esse motivo, a correlação de força, no Congresso Nacional, é desfavorável à ala indígena e também às pautas do meio ambiente.
A jornalista Mara Luquet ressaltou que, na pauta de exploração da Petrobras na foz do Rio Amazonas, as disputas ocorrem internamente, dentro do próprio PT.
Iago Bolivar mencionou o exemplo dos Estados Unidos, em que a exploração de petróleo em áreas do Alasca, que estava fechada, foi aberta. “Portanto, o desenrolar desse assunto ainda é incerto. Talvez, se consiga fazer um desenvolvimento que não seja tão focado em exploração predatória da floresta”, afirma.