10% dos estagiários sustentam família com dinheiro de bolsa-auxílio, aponta estudo
Valor médio da bolsa-auxílio paga aos estagiários chegou ao maior nível da série histórica, mas é inferior ao salário mínimo praticado no país
Um novo estudo apontou que 10% dos estagiários brasileiros são os únicos responsáveis pelo sustento das suas famílias. A bolsa-auxílio média paga no país chegou ao maior valor da série histórica, em R$ 1.108,10. Contudo, isso significa que essas famílias têm como única renda um valor inferior ao do salário mínimo, hoje em R$ 1.412.
A pesquisa foi realizada pelo Ipec, a pedido do Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE). O percentual de estudantes que sustentam sozinhos as suas famílias caiu 1 ponto percentual no último ano — eram 11% em 2023. O menor índice da série histórica foi em 2019, quando 6% responderam que eram os únicos responsáveis pelo sustento doméstico.
Receba no seu e-mail a Calculadora de Aposentadoria 1-3-6-9® e descubra quanto você precisa juntar para se aposentar sem depender do INSS
O levantamento considera estagiários de ensino superior, ensino técnico ou profissionalizante e ensino médio.
Quando a pesquisa busca saber quantos estagiários contribuem de alguma maneira em casa com a bolsa-auxílio, esse número sobe para quase 7 a cada 10 estudantes que fazem estágio. O que representa 68% dos respondentes. O principal gasto é com a própria mensalidade escolar (32%), seguido por despesas de casa (16%), alimentação (11%) e moradia (9%).
Últimas em Economia
Perfil do estagiário brasileiro
De acordo com a pesquisa, a pessoa que faz estágio no Brasil é, em sua maioria, mulher (69%), negra (53%) e tem idade média de 26 anos. O tempo médio de permanência no estágio é de 16 meses.
A redução do tempo de trabalho em dias de prova, prevista na lei do estágio, é um benefício relatado por apenas 33%. Ao todo, 78% afirmam receber auxílio-transporte e 35% dizem contar com recesso remunerado.
De acordo com as perspectivas de futuro, 51% afirmam que esperam a efetivação nas empresas em que trabalham hoje. Em relação a modelos de trabalho, o registro em carteira na CLT ainda é o preferido, com 20% afirmando buscar uma vaga na modalidade. Por outro lado, 11% querem um outro estágio, 3% querem empreender e 1% esperam trabalhar como prestadores de serviço.