Elon Musk acelera disputa jurídica com OpenAI e Microsoft

Bilionário alega que empresas conspiraram para eliminar a concorrência na tentativa de dominar o desenvolvimento da inteligência artificial

Elon Musk intensificou sua disputa legal com a OpenAI e a Microsoft (MSFT, MSFT34). A alegação é de que as empresas conspiraram para eliminar a concorrência em uma tentativa de dominar o desenvolvimento da inteligência artificial.

Em um processo alterado apresentado em um tribunal de San Francisco na quinta-feira, Musk fez novas alegações antitruste contra a OpenAI, a criadora do ChatGPT que ele ajudou a fundar. Ele também acrescentou a Microsoft e o capitalista de risco Reid Hoffman como réus.

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Musk também acusou o executivo-chefe da OpenAI, Sam Altman, de “autonegociação desenfreada” entre a OpenAI e outras empresas nas quais Altman está envolvido. Além disso, Musk também o acusa de empurrar a OpenAI para “uma fusão de fato” com a Microsoft. A frase se repete no processo sete vezes.

Musk tem papel importante no governo Trump

A ofensiva jurídica de Musk contra a OpenAI ocorre no momento em que ele solidifica seu papel como conselheiro próximo do presidente eleito Donald Trump. Na terça-feira, Trump anunciou Musk como sua escolha para ajudar a liderar um novo Departamento de Eficiência Governamental. Seu mandato é simplificar a burocracia, cortar gastos, eliminar regulamentações e reestruturar agências federais.

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A nova queixa é a última de uma série de iniciativas legais que Musk lançou contra a OpenAI este ano. Uma queixa anterior, apresentada em fevereiro, alega violação do acordo de fundação da empresa de inteligência artificial. Isso porque ela estaria dando prioridade ao lucro em detrimento dos benefícios para a humanidade.

Na acusação de 46 páginas, então, Musk alegou que o relacionamento próximo da OpenAI com a Microsoft vai contra o compromisso original da empresa com a IA pública e de código aberto.

Depois de retirar o processo original sem explicação em junho, Musk o reviveu em agosto acrescentando novas alegações de práticas comerciais injustaas. Além disso, disse que foi manipulado para acreditar que a empresa de IA que ele estava ajudando a lançar seria uma organização sem fins lucrativos.

Ele argumentou que a OpenAI o defraudou em mais de US$ 44 milhões que ele diz ter doado para a empresa entre 2016 e 2020. A empresa teria se aproveitado de suas “preocupações bem conhecidas sobre os danos existenciais” que a inteligência artificial geral avançada (AGI) pode causar. A AGI é uma inteligência artificial que superaria a capacidade humana em vários aspectos.

“A terceira tentativa de Elon em menos de um ano de reformular suas alegações é ainda mais infundada e exagerada do que as anteriores”, disse um porta-voz da OpenAI na sexta-feira.

Parceria entre Microsoft e OpenAI

A Microsoft, que investiu pela primeira vez na OpenAI em 2019, intensificou a parceria no ano passado. Ela investiu US$ 13 bilhões em troca do que é efetivamente uma participação de 49% nos ganhos do braço com fins lucrativos da OpenAI. Hoffman atua como membro da diretoria da Microsoft e já fez parte da diretoria da OpenAI.

Musk fundou sua própria empresa de IA chamada xAI no ano passado e lançou um chatbot de IA. Atualmente tenta treinar mais modelos de IA, construindo um novo centro de dados no Tennessee, batizado de Colossus.

No processo recém-emendado, Musk acusa Altman e os outros réus de mentir para doadores, mercados, reguladores e para o público. Também alega comportamento anticompetitivo ao desencorajar os investidores em sua última rodada de financiamento de US$ 6,6 bilhões a investir em concorrentes, incluindo a xAI.

“A Microsoft e a OpenAI, aparentemente insatisfeitas com seu monopólio, ou quase, em inteligência artificial generativa, estão agora ativamente tentando eliminar concorrentes, como a xAI, extraindo promessas dos investidores de não financiá-los”, diz a denúncia.

Musk está arrependido por estar fora da empresa, diz OpenAI

A Microsoft e a Hoffman não responderam aos pedidos de comentários. Em resposta ao processo original, em março, Altman e o diretor de estratégia da OpenAI, Jason Kwon, enviaram e-mails para a equipe dizendo que o sucesso da empresa a tornava alvo de processos judiciais e consultas regulatórias.

“Acreditamos que as alegações desse processo podem ser resultado do arrependimento de Elon por não estar envolvido com a empresa atualmente”, escreveu Kwon em um memorando analisado pelo The Wall Street Journal na época.

A OpenAI é administrada por um conselho sem fins lucrativos, que controla a entidade com fins lucrativos, mas já iniciou o processo de conversão para uma empresa com fins lucrativos. A News Corp, proprietária do The Wall Street Journal e da Dow Jones Newswires, tem atualmente uma parceria de licenciamento de conteúdo com a OpenAI.

Com informações do Valor Econômico

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