Eleição desbloqueou um ‘ciclo virtuoso’ para os ativos brasileiros, diz Goldman Sachs

Na visão dos estrategistas do Goldman Sachs, o ciclo virtuoso para os ativos brasileiros está apenas parcialmente completo

Pregão da B3. Foto: Amanda Perobelli/Reuters
Pregão da B3. Foto: Amanda Perobelli/Reuters

Os mercados domésticos responderam positivamente ao resultado do primeiro turno das eleições, na medida em que, na avaliação dos agentes, houve uma redução da probabilidade de uma mudança desestabilizadora em direção a uma política econômica heterodoxa no Brasil.

“A eleição desbloqueou parcialmente um ciclo virtuoso no câmbio e nos juros locais. E, em nossa opinião, a escala dos movimentos do mercado desde o primeiro turno também indica que alguns investidores macro podem estar esperando por uma redução na incerteza eleitoral antes de um envolvimento mais ativo com uma história macroeconômica mais positiva no Brasil”, dizem os estrategistas Ian Thomb e Davide Crosilla, do Goldman Sachs.

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“Da mesma forma, os investidores, no mercado de juros, provavelmente se beneficiarão das mudanças em curso no câmbio brasileiro, uma vez que a força do real – uma das poucas moedas importantes que superou o dólar no acumulado do ano – ajuda a arrefecer ainda mais o quadro da inflação brasileira, que já está dissociada de outros mercados emergentes”, dizem Thomb e Crosilla.

Na visão dos estrategistas do Goldman Sachs, o ciclo virtuoso para os ativos brasileiros está apenas parcialmente completo. “Se um resultado no segundo turno do Brasil, em 30 de outubro, for reconhecido por ambos os lados e continuar a sugerir um risco de cauda de esquerda moderado para a política brasileira há espaço para os ativos terem um rali adicional”, apontam. Thomb e Crosilla, inclusive, notam que, no câmbio, o prêmio de risco da moeda brasileira ainda está em torno de 20%.

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Já no mercado de juros, eles notam que a reação do mercado foi mais moderada, o que sugere a chance de um rali pós-eleição mais intenso. Assim, o Goldman recomenda posições aplicadas no DI para janeiro de 2025, que pode cair abaixo de 11%. “E o ciclo virtuoso do Brasil nos mercados de câmbio e de juros pode ter repercussões no mercado de ações, onde reiteramos nossa recomendação de permanecermos comprados nos ativos cíclicos contra os defensivos.”

Como observação, os estrategistas apontam que os riscos de um noticiário negativo podem indicar que a redução do prêmio de risco do Brasil “pode ser acidentada”. “Uma corrida cada vez mais competitiva significa que os principais riscos, incluindo questões sobre se a votação final será respeitada, podem gerar volatilidade no mercado”, observam os profissionais.

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