Economistas veem inflação nos EUA atingindo pico, mas divergem sobre duração da alta

Mercado de trabalho aquecido pode fazer desaceleração nos preços ser mais lenta

Detalha de nota de dólar. Foto: Pixabay
Detalha de nota de dólar. Foto: Pixabay

Os dados da inflação dos Estados Unidos vem dividindo os economistas especializados no desempenho econômico do país. Enquanto o presidente dos EUA, Joe Biden, insiste em dizer que o país não está em recessão após dois meses de retração do PIB, o Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA), continua a aumentar sua taxa de juros como maneira de conter a alta dos preços.

O resultado desta terça-feira não ajudou os economistas a definirem o caminho que está seguindo a economia do país. O índice de preços ao consumidor (CPI) subiu 8,3% em agosto em relação ao mesmo mês do ano passado, ante 8,5% em julho e 9,1% em junho. Na variação mensal, a alta foi de 0,1% em relação a julho, apesar da forte queda nos preços da gasolina.

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Segundo Richard Flynn, diretor administrativo da Charles Schwab, os dados de inflação dos EUA para agosto atingiram uma alta esperada, com sinais crescentes de que as pressões sobre os preços estão diminuindo.

“Os estoques empresariais estão subindo em relação às vendas, o crescimento econômico global enfraqueceu e o dólar americano está forte – todas as indicações de que os aumentos de preços podem começar a desacelerar em breve”, diz o economista.

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A leitura de que a inflação atingiu o pico foi corroborada por Silvia Dall’Angelo, economista sênior da Federated Hermes, que em nota para investidores também vê a inflação em seu máximo, mas prevê alguns meses de persistência da alta.

Segundo ela, o enfraquecimento da demanda no 2º trimestre com a estabilização dos preços da energia e a redução dos gargalos nas cadeias de suprimentos devem acelerar o processo de redução da inflação – com a ressalva de que esse efeito será mais notável apenas no próximo ano.

“Embora tenha havido alguma flexibilização nas expectativas de inflação de longo prazo, os dados recentes ainda apontam para um quadro de inflação alta e um mercado de trabalho aquecido para os próximos meses”, diz Dall’Angelo. “Isso faz com que o risco de que a inflação se consolide por meio de efeitos de segunda ordem ainda seja elevado”.

O sentimento de que a inflação atingiu sua máxima parece tomar conta dos economistas especializados nos EUA. Segundo a Oxford Economics, este efeito se deu por conta da resposta do Fed, que segundo a instituição foi bem recebida pelo mercado.

A empresa de pesquisas econômicas ainda prevê que as altas taxas de juros definidas pelo Fed devem se manter até o 4º trimestre de 2023. A Oxford estima que no próximo ano a inflação dos EUA deve ficar abaixo de 3% após normalização da economia e o retorno das taxas de juros ao padrão histórico.

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