Economia dos Estados Unidos cresce menos no primeiro trimestre; a notícia é boa ou ruim?

Reação imediata das bolsas de valores de Nova York não foi positiva, com queda dos principais índices de ações

Montagem de índice financeiro com notas de dólar. Foto: Javier Ghersi/Getty Images
Montagem de índice financeiro com notas de dólar. Foto: Javier Ghersi/Getty Images

A economia dos Estados Unidos cresceu menos do que a previsão inicial no primeiro trimestre.

Segundo o Departamento do Comércio, o produto interno bruto (PIB), a soma de todas as riquezas que país produz, teve alta 1,3% no de janeiro a março ante mesma etapa do ano anterior.

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O relatório da manhã desta quinta-feira (30) trouxe dados com mais detalhes do que os disponíveis para a estimativa anterior, de abril, que era de crescimento de 1,6% no período.

Além de vir menor do que se esperava, o dado mostrou que o ritmo de atividade na maior economia do mundo caiu mais rapidamente do que no último quarto de 2023, quando o PIB americano tinha subido 3,4%.

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Ademais, foi o desempenho mais fraco desde o segundo trimestre de 2022, quando a economia do país teve contração.

De acordo com o Departamento do Comércio, a atualização refletiu principalmente o menor “volume de gastos dos consumidores”.

Ainda assim, despesas de consumo, junto com gastos de governos regionais foram as locomotivas do crescimento.

Isso mais do que compensou a diminuição no investimento das empresas.

Economia dos EUA cresceu menos: e daí?

Nos últimos meses, dados da economia norte-americana vêm provocando grande volatilidade nos mercados financeiros.

Mas, curiosamente, é justamente o vigor do PIB do país que causa certa preocupação entre os investidores.

Isso porque um ritmo de atividade acima do previsto costuma criar pressões inflacionárias.

Consequentemente, a autoridade monetária, no caso o Federal Reserve (Fed), se vê obrigado a manter taxas de juros elevadas para conter a alta de preços.

E é justamente isso que vem acontecendo.

Nos primeiros meses de 2024, a inflação acima das expectativas levou o Fed a manter o juro dos Estados Unidos na faixa de 5,25% a 5,5%, o pico em mais de vinte anos.

A expectativa inicial era de corte de juros já em março passado.

A aposta majoritária agora é de que o começo da redução virá entre novembro e dezembro, segundo o CME Fed Watch.

Juro alto diminui o apetite dos investidores por ativos de maior risco, incluindo papéis de países emergentes, como do Brasil.

Assim, segundo economistas, isso ajuda a explicar o fraco desempenho do Ibovespa, principal índice brasileiro de ações, que acumula queda de 8,55% em 2024.

Repercussão

Juntamente com os dados do PIB, o Departamento do Comércio dos EUA anunciou que o PCE, um índice de inflação, ficou em 3,6% no primeiro trimestre de 2024.

Isso é levemente menor do que a leitura inicial, de 3,7% no período. Ou seja: outra boa notícia.

Porém, o Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês), um dos mais importantes para ajudar o Fed a decidir sobre juros, ainda está alto.

Em 12 meses até abril, o último dado disponível, o índice acumulava alta de 3,4%. A meta de inflação do Fed é de 2% ao ano.

Para Thiago Monteiro, economista-chefe da Investing.com, os dados desta quinta-feira podem ser recebidos pelo mercado mais com ceticismo do que otimismo.

“É bastante preocupante que estamos vendo tanto o PIB dos EUA quanto a lucratividade das empresas no primeiro trimestre diminuírem, enquanto as pressões inflacionárias não parecem reduzir no mesmo ritmo”, afirmou Monteiro em relatório.

Assim, os principais índices das bolsas de Nova York mostravam perdas.

Por volta de 12h45 (horário de Brasília), o S&P 500 e o Nasdaq tinham baixa de 0,5%. Enquanto isso, o Dow Jones Industrial Average cedia 1%.

Os mercados financeiros seguem fechados no Brasil por conta do feriado de Corpus Christi.

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