Diretor do BC admite possibilidade de alta da Selic maior que 1,5 p.p. na próxima reunião

Bruno Serra Fernandes (política monetária) fez afirmação em entrevista concedida em inglês à Nikkei Asia

Bruno Serra Fernandes, diretor de politica monetaria do Banco Central (Foto: Carol Carquejeiro/Valor)
Bruno Serra Fernandes, diretor de politica monetaria do Banco Central (Foto: Carol Carquejeiro/Valor)

O diretor de política monetária do Banco Central (BC), Bruno Serra Fernandes, afirmou que “se for necessário aumentar [a Selic] em mais de 1,5 ponto percentual na próxima reunião [do Comitê de Política Monetária], nós precisaremos fazer isso”. A afirmação foi feita em entrevista concedida em inglês à Nikkei Asia na quinta-feira (4) e publicada no portal do veículo nesta segunda-feira (8).

Na última reunião, o Comitê de Política Monetária (Copom) elevou a Selic de 6,25% ao ano para 7,75% ao ano e afirmou que “antevê” nova alta de 1,5 ponto para o último encontro de 2021, em dezembro.

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Serra também afirmou que o Copom não abandonou a meta de inflação do ano que vem. “Ainda estamos perseguindo o centro da meta de 2022.”

Atualmente, para conduzir a Selic, o BC mira igualmente os anos de 2022 e 2023, para os quais as metas de inflação são de 3,5% e 3,25%, respectivamente. No acumulado de 12 meses até setembro, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) alcançou 10,25%.

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A respeito do anúncio da semana passada do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), que revelou que a partir deste mês diminuirá gradualmente o seu programa de compras de títulos, Serra disse que a decisão “já tinha sido muito antecipada” e que o mercado se preparou “muito bem” para ela.

O diretor do BC também afirmou que é “razoavelmente esperado” que a primeira alta da taxa básica de juros do Fed seja realizada no segundo semestre de 2022.

Sobre as mudanças propostas pelo governo federal no teto de gastos, Serra disse que o mercado está questionando a “estabilidade do arcabouço” ligado a essa regra que “funcionou tão bem desde 2016”.

Por fim, o diretor afirmou que a pandemia atingiu mais os pobres do que os ricos.

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