Desenrola para PMEs pega setor com mais de R$ 100 bilhões em dívidas de empresas que fecharam

Com foco em empreendedores, o governo tenta repetir o êxito do programa que, em 2023, renegociou mais de R$ 1 bi em dívida de pessoas

Bruno Russo é diretor da Recovery. Foto: Divulgação
Bruno Russo é diretor da Recovery. Foto: Divulgação

O Desenrola Pequenos Negócios encontra o setor com dívidas superiores a R$ 100 bilhões de pequenas e médias empresas (PMEs) que já fecharam as portas.

Os dados são de levantamento da Recovery, empresa de recuperação de crédito do Itaú Unibanco.

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Só a Recovery afirma ter R$ 102 bilhões de dívidas atrasadas de empresas que deixaram de apresentar declarações obrigatórias por dois anos seguidos.

Além disso, as PMEs ativas têm outros R$ 19 bilhões em dívidas atrasadas, segundo a Recovery.

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Os números chegam após bancos brasileiros terem enfileirado anos de perdas crescentes com calotes, principalmente de dívidas de pessoas físicas e de PMEs.

Só a Recovery tinha na base 1,8 milhão de cadastros de CNPJs com dívidas em atraso no fim de maio, aumento de 127% desde 2020.

Com isso, a contratação de novos empréstimos por parte de PMEs, que vinha em ascensão desde 2021, encolheu no ano passado, na esteira de uma política mais restritiva dos bancos para conceder novos financiamentos.

O que é o Desenrola Pequenos Negócios

Versão para empresas do Desenrola, criado no ano passado para pessoas físicas, o programa agora mira em negócios com faturamento anual de até R$ 4,8 milhões e dívidas em atraso há mais de 90 dias (a partir de 22 de abril de 2024) com bancos. 

O período para adesão ao programa começou em 13 de maio e vai até 31 de dezembro próximo.

Segundo o governo federal, as renegociações oferecem em média 40% a 90% de desconto do valor das dívidas.

Ademais, a regularização das dívidas permite que as PMEs retomem acesso a crédito, assim como a regularização empresarial.

Desenrola: bancos aceleram a venda de carteiras vencidas

Segundo o diretor da Recovery Bruno Russo, os bancos estão revendendo mais rapidamente suas carteiras de crédito atrasadas para empresas especializadas no setor.

Comparativamente, o idade das dívidas revendidas, que era de até oito anos, caiu para contas a partir de um ano.

“Os bancos perceberam que é um custo muito elevado manter essas carteiras e estão preferindo usar esse recurso mais cedo”, disse ele.

Isso porque, explicou Russo, os credores sabem que a possibilidade de recuperar crédito com prazo superior a três anos é maior com pessoas físicas do que com empresas

E, quando uma empresa paralisa as atividades, o relacionamento praticamente acaba, disse ele.

Para o executivo, o encurtamento do prazo médio de revenda dos créditos foi uma dinâmica ditada pelos bancos digitais no Brasil.

“O mercado todo acabou seguindo essa tendência”, concluiu o executivo.

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