Desenrola será coberto por fundo garantidor de R$ 10 bi, diz Haddad

A ideia é que esse montante ajude a renegociar R$ 50 bilhões de dívidas de 37 milhões de pessoas físicas

Haddad: programa Desenrola será oferecido para 'todas as pessoas negativadas' e não terá 'linha de corte'. Foto: Washington Costa/Ascom/MF
Haddad: programa Desenrola será oferecido para 'todas as pessoas negativadas' e não terá 'linha de corte'. Foto: Washington Costa/Ascom/MF

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta segunda-feira (6) que o Desenrola, programa de renegociação de dívidas de pessoas físicas, terá um fundo garantidor de aproximadamente R$ 10 bilhões. A ideia é que esse montante ajude a renegociar R$ 50 bilhões de dívidas de 37 milhões de pessoas físicas.

“Todas empresas que aderirem ao Desenrola vão precisar dar desconto”, disse a jornalistas na entrada do Ministério da Fazenda, depois de participar de reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a respeito do programa, no Palácio do Planalto.

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Segundo Haddad, o desenho do Desenrola foi validado na reunião com Lula, que “autorizou a contratação do desenvolvimento do sistema”. Ele classificou o programa, que será conduzido pelo secretário de Reformas Econômicas da pasta, Marcos Barbosa Pinto, como “complexo”

De acordo com o ministro, os credores privados “vão entrar no programa pelo tamanho de desconto que derem para os devedores”. A lógica é que, “quanto maior for o desconto, maior a chance de o credor receber o débito”.

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O programa será realizado por meio de medida provisória (MP) e oferecido para “todas as pessoas negativadas” e não terá “linha de corte”. Mas para quem ganha até dois salários mínimos “o desconto terá que ser maior”, segundo o ministro. Para o público que ganha até dois salários mínimos, haverá “aportes do Tesouro Nacional” para que os descontos sejam “bem relevantes”.

Indicações para diretoria do Banco Central

O ministro da Fazenda comentou também que o presidente Lula “vai dedicar o mês de março para conhecer” os possíveis indicados às diretorias de política monetária e fiscalização do Banco Central (BC).

“Estou levando ao conhecimento do presidente nomes [de possíveis indicados]”, disse.

Haddad destacou que as comissões parlamentares responsáveis por avaliar os indicados “sequer foram instaladas”. Ele disse que “tem conversado” com o presidente do BC, Roberto Campos Neto, sobre as indicações. Mas afirmou que não pode confirmar se ex-diretores da autoridade monetária, como Luiz Awazu e Tony Volpon, estão entre os nomes cotados.

Caso das joias

O ministro falou ainda aos jornalistas que “nada” dos protocolos “foi observado” no caso das joias supostamente dadas como presente pelo governo saudita à ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.

“A presidência da República não adotou os procedimentos necessários”, disse.

Ele destacou, por exemplo, que “todo presente desse valor tem necessariamente que ser incorporado ao patrimônio público”.

Haddad também disse que “tudo vai ser apurado na forma da lei” e que não podia “precipitar o processo”. Mas criticou a criação de cargos para adidos da Receita em outros países no fim do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.

“Já no ano passado me senti muito desconfortável com a criação de adidos (da Receita) no exterior”, comentou. “Hoje fica mais claro que alguma coisa estranha estava acontecendo.”

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