Desenrola dos investimentos? Sim, é possível, diz Mercadante, presidente do BNDES

Proposta do presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, seria converter parte da dívida ativa de empresas com a União em investimentos

Aloizio Mercadante, futuro presidente do BNDES.  Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil
Aloizio Mercadante, futuro presidente do BNDES. Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, propôs nesta sexta-feira (25) a conversão de parte da dívida ativa de empresas com a União em investimentos. Durante fórum realizado no Guarujá, no litoral paulista, pelo grupo Esfera Brasil, Mercadante disse que a ideia é oferecer às empresas algo parecido com o Desenrola, o programa federal direcionado a brasileiros que estão negativados em cadastros de crédito.

“Quero propor outro Desenrola no Brasil, um Desenrola dos investimentos. Vamos transformar um pedaço da dívida ativa, que o Estado não consegue cobrar, em investimentos”, sugeriu Mercadante.

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Se o Desenrola Brasil tem como objetivo final permitir que as pessoas negativadas possam renegociar suas dívidas para voltar a contratar crédito e, assim, consumir, a intenção do “outro Desenrola”, proposto nesta sexta-feira por Mercadante, é provocar o mesmo efeito nos investimentos do setor produtivo.

A ideia obteve eco no Tribunal de Contas da União (TCU). Presente no debate promovido pelo Esfera, o ministro e presidente do TCU, Bruno Dantas, questionou se o modelo atual de cobrança da dívida ativa é eficiente.

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“Temos de pensar em uma fórmula para resolver esse passivo”, defendeu Dantas, acrescentando que atualmente a dívida ativa com a União é de aproximadamente R$ 2 trilhões.

Recuperação de recursos perdidos

São recursos que, como o governo não consegue recuperar, deixam de entrar nos cofres do Tesouro. Após participar do painel, Mercadante disse que deixou o evento “bastante motivado” pelo respaldo do presidente do TCU, que terá papel-chave caso o programa avance.

“O Estado não consegue cobrar, as empresas não pagam, mas têm de jogar esse passivo fiscal nos balanços, aumentando a dificuldade das empresas em se financiar. Todos perdem”, argumentou o presidente do BNDES. “Em vez de continuar nesse impasse, temos de pensar o ‘Desenrola Empresa’ para também alavancar o investimento”, acrescentou Mercadante, voltando a usar o programa de renegociação de dívidas das famílias como referência.

Durante a passagem pelo Guarujá, o presidente do BNDES disse ainda que o banco público está aumentando os desembolsos sem recorrer a subsídios do Tesouro.

De acordo com Mercadante, a demanda por financiamentos do BNDES mais do que dobrou neste ano, alta de 137%, enquanto os desembolsos do banco subiram 31% no acumulado até julho. “Agosto já está mais forte do que julho”, disse Mercadante ao deixar, com pressa, o fórum.

Com informações do Estadão Conteúdo

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