Déficit nominal do Brasil deve ficar entre os piores do mundo em 2025

A visão do mercado de que a dívida vai continuar subindo faz com que o prêmio de risco aumente, especialmente para prazos mais longos

O Valor Econômico destaca na edição desta quarta-feira (15) que o Brasil tem hoje um dos maiores déficits nominais do mundo, na casa de 8% a 9% do PIB, um número muito acima da média de países emergentes e desenvolvidos.

Combinação de gastos com juros e do resultado primário (receitas menos despesas não financeiras), um rombo nominal dessa magnitude preocupa especialmente por se tratar da métrica fiscal que define a dinâmica da dívida pública, já elevada e em trajetória crescente.

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Em novembro, o endividamento bruto ficou em 77,7% do PIB, acima dos 71,7% do PIB do fim de 2022, rumando para superar 80% do PIB.

O país deve fechar 2024 e 2025 com o segundo pior déficit nominal entre 23 países emergentes de renda média e economias desenvolvidas, segundo números compilados pelo BTG Pactual.

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Os rombos nominais esperados para o Brasil são de 7,8% do PIB em 2024 e de 8,6% do PIB em 2025, atrás apenas dos 10,4% e 9,7% do PIB projetados para a Bolívia.

Países como México, Chile, Colômbia e Peru deverão ter déficits abaixo de 4% do PIB neste ano, enquanto a Argentina deve ter um número ao redor de zero.

“Focamos muito nas análises o resultado primário, porque são os botões que estão na mesa de controle de quem está operando a política fiscal. Mas, no fim das contas, é o déficit nominal que vai importar para a projeção de dinâmica da dívida”, diz Fábio Serrano, economista do BTG Pactual.

A maior parcela do déficit nominal se deve aos gastos com juros.

Nas contas do banco, o rombo deste ano é a soma de despesas financeiras de 8% do PIB e um déficit primário de 0,6% do PIB. Com uma dívida elevada e juros nas alturas, os gastos financeiros são muito altos.

“A visão do mercado de que a dívida vai continuar subindo faz com que o prêmio de risco aumente, especialmente para prazos mais longos, e o mercado começa a cobrar mais caro para financiar a dívida. Por outro lado, quando há um custo mais alto da dívida, faz com que ela cresça a taxas maiores. Gera um ciclo vicioso”, diz Tiago Sbardelotto, da XP, que vê o risco de um déficit perto de 10% do PIB neste ano.

Para baixar os juros de modo sustentado, é necessário reduzir o crescimento dos gastos obrigatórios, o que aliviaria a pressão sobre o câmbio e a inflação.

Com informações do Valor Econômico

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