Powell deixa porta aberta para não subir mais os juros nos Estados Unidos

Os dirigentes do Fed decidiram retomar o aperto monetário e aumentar a taxa em 0,25 ponto percentual, para o intervalo de 5,25% a 5,50%

Telão durante pregão da Bolsa de NY (NYSE) mostra discurso de Jerome Powell, presidente do Fed. Foto: Reuters/Andrew Kelly
Telão durante pregão da Bolsa de NY (NYSE) mostra discurso de Jerome Powell, presidente do Fed. Foto: Reuters/Andrew Kelly

O ciclo de aperto monetário nos Estados Unidos acabou? Pode ser que sim. “Se os dados justificarem”, respondeu nesta quarta-feira (26) o presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Jerome Powell.

A fala veio na coletiva após o FOMC (Comitê Federal de Mercado Aberto) decidir pela retomada do aperto monetário e subir a taxa de juros no país em 0,25 ponto percentual, para o intervalo de 5,25% a 5,50%.

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O aumento, já esperado pelos agentes financeiros, é o 11º desde março do ano passado. A taxa também atingiu o nível mais alto desde janeiro de 2001.

No comunicado, o Fed destacou que a decisão de subir os juros foi unânime.

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“Os indicadores recentes sugerem que a inflação segue elevada, a atividade econômica vem crescendo em ritmo moderado, os ganhos de empregos foram robustos nos últimos meses e a taxa de desemprego permaneceu baixa”, diz o texto.

Powell reiterou o cenário desafiador na coletiva, mas adotou um tom um pouco mais ponderado.

“Há sinais contínuos de que a oferta e a demanda no mercado de trabalho estão se equilibrando melhor”, anotou.

Sobre a inflação, o presidente do Fed mencionou o alívio, mas afirmou que “tem um longo a caminho a percorrer” no processo de reduzir os preços à meta de 2%.

“O relatório da CPI (índice de preços ao consumidor) de junho foi bem-vindo, mas é apenas um relatório, os dados de um mês. Esperamos que a inflação siga um caminho mais baixo”, comentou.

Perguntado sobre os passos futuros, Powell reforçou que as decisões serão tomadas reunião a reunião.

“Não tomamos nenhuma decisão sobre reuniões futuras, incluindo o ritmo em que consideramos caminhar. Mas vamos avaliar a necessidade de mais aperto que pode ser apropriado. E também diria que é possível que optemos por nos manter firmes nessa reunião”, despistou

Assim, ainda sobre a possibilidade de um novo aumento dos juros no encontro de setembro, o presidente do Fed sinalizou que o debate será feito com base nos indicadores econômicos que serão divulgados até lá.

“Temos oito semanas até a reunião de setembro. Vamos examinar dois relatórios de trabalho adicionais. Dois relatórios adicionais de CPI. Muitos dados de atividade. E é isso que vamos olhar e vamos tomar a decisão, que pode significar outro aumento ou significar que decidimos manter esse nível”, respondeu.

Por fim, Powell praticamente descartou a chance de um afrouxamento dos juros até o fim de 2023.

“Estaríamos confortáveis ​​em cortar taxas quando estivermos confortáveis ​​em cortar taxas. Isso não será este ano, eu não acho”, afirmou.

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