SVB, Credit Suisse e dificuldades no crédito deveriam entrar em discussão sobre Selic

Risco de crise bancária respingar no Brasil precisa ser considerado pelo BC

Guilherme Mello, secretário de Política Econômica da Fazenda. Foto: Ana Paula Paiva/Valor
Guilherme Mello, secretário de Política Econômica da Fazenda. Foto: Ana Paula Paiva/Valor

O secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Guilherme Mello, disse que a quebra de bancos no exterior e a dificuldade de acesso a crédito no Brasil deveriam ser levadas em conta na discussão sobre a Selic, atualmente em 13,75%.

Em entrevista à GloboNews, Mello também argumentou que, apesar de isolados, eventos como a crise da Americanas podem levar a um cenário generalizado de pedidos de recuperação judicial, outro tema sensível às variações da Selic.

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Risco de crise bancária no exterior

“Temos dois fatores que eu acho que devem ser levados em consideração, que é a situação do mercado de crédito do Brasil. Está ficando cada vez mais claro que o aperto das condições financeiras, o custo e a dificuldade de acessar crédito têm afetado diretamente a rentabilidade e a viabilidade de diversos setores da Economia”, pontuou. “Tenho certeza que o Banco Central está acompanhando isso.”

O risco da crise de bancos nos Estados Unidos e na Europa respingar no Brasil, também precisa ser considerado.

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“Se as condições financeiras começarem a se alterar e os bancos centrais do mundo também começarem a olhar com mais cautela o cenário de aumento de juros, isso se reflete no balanço de riscos no Brasil, assim como possível redução de crescimento destes países”, disse. “Essa é minha interpretação, vou aguardar como o BC interpreta estes temas”.

Arcabouço fiscal terá ajustes finais, explica Mello

O secretário também comentou o adiamento da apresentação do arcabouço fiscal.

Segundo Mello, os ajustes finais devem ser encaminhados em breve porque, em um primeiro momento, houve boa aceitação das linhas gerais do projeto.

“No desenho geral já há um avanço significativo, é um desenho que busca recuperar credibilidade e sustentabilidade da política fiscal, ao mesmo tempo em que abre espaço para alguma flexibilidade e para o financiamento adequado das políticas públicas”, frisou.

“Existe uma transição que precisa ser pensada em todos os seus detalhes e consequências, mas acredito que isso vai avançar rapidamente com a boa vontade montada pelos parlamentares e a boa receptividade do texto”, concluiu.

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