Criptomoedas perdem mais de US$ 100 bilhões com crise da FTX e envolvimento da Binance

Valor total de criptomoedas como bitcoin, ether, solana e outras soma US$ 904 bilhões; no sábado, era de US$ 1,09 trilhão

Confira o desempenho do bitcoin. Foto: Kanchanara/Unsplash

Bitcoin (BTC), ether (ETH) e as principais moedas digitais ampliaram as perdas nesta quarta (9), movimento que se estende pelo segundo dia seguido, com preocupação crescente sobre o alcance da crise da FTX e o ceticismo em relação ao resgate anunciado pela rival Binance.

A nova crise do setor já custou mais de US$ 100 bilhões em valor de mercado conjunto das criptomoedas, que agora soma US$ 904 bilhões – no sábado, era de US$ 1,09 trilhão.

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O maior estrago aconteceu com a moeda nativa da Solana (SOL), que chegou a derreter quase 55% desde o sábado. A FTX tem elevada participação nos tokens do ecossistema, que reduz custo e amplia escala e velocidade das aplicações em relação ao Ethereum.

Bitcoin e Ether

Nesta quarta, o bitcoin chegou a cair mais de 12%, atingindo a nova mínima de US$ 16.992 do atual inverno dos criptoativos nos negócios da Ásia.

O ether, moeda nativa da rede Ethereum, desabou mais de 20%, negociado a US$ 1.150 com o pessimismo dos investidores em relação à possibilidade de contágio de outras empresas do segmento.

Perto das 9h (horário de Brasília), o bitcoin era negociado a US$ 17.729,50, com baixa de 10,3% nas últimas 24 horas. O ether tinha desvalorização de 18,7%, negociado a US$ 1.206,07. A sol, moeda nativa da Solana, tinha baixa de 42,2%, a US$ 18,72.

Em reais, o bitcoin recuava 8,8%, para R$ 93.823. Já o ether perdia 16,78% para R$ 6.406, segundo dados do MB.

Minicrash

Na terça, o minicrash cripto teve repercussão na Nasdaq, arrastando ações de empresas ligadas ao setor de ativos digitais. Os papéis da Robinhood, apontada como alvo de aquisição pela FTX, desabaram 19%, enquanto as ações da Coinbase recuaram 11% e as da Microstrategy, 20,6%. A Nasdaq encerrou com baixa de 0,49%.

Dan Liebau, gestor da Modular Asset Management, afirma que nunca viu o mercado cripto sendo testado como nos últimos dias. “Desde que entrei na indústria de criptomoedas em 2016, poucos períodos testaram a infraestrutura de mercado e os players como nas últimas 24 horas”, disse Liebau à Bloomberg.

“Temos que ver como vai ser a ‘due dilligence’ na FTX e ver se a Binance realmente vai comprar”, disse Axel Blikstad, sócio da gestora BLP Crypto.

Para Bruno Diniz, sócio da Spiralem Innovation Consulting, o fato dessa transação ter sido um socorro realizado por um grande player de mercado para salvar outro grande player representa um alerta sobre como esse mercado se concentrou.

“Como o disclosure ainda é baixo e como riscos excessivos estão sendo tomados, com poucos consumidores cientes disso. A participação de mercado da Binance é muito alto, e está prestes a se tornar ainda maior”, disse Diniz.

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