Criação de emprego formal em 2020 é revisada e cai quase pela metade
Em vez da criação líquida de 142.690 vagas no ano, o saldo positivo do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) foi atualizado para 75.883 novos empregos formais, um número 46,82% menor
A recuperação do emprego formal em 2020, em plena pandemia, foi bem menor do que se acreditava. Em vez da criação líquida de 142.690 vagas no ano, o saldo positivo do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) foi atualizado para 75.883 novos empregos formais, um número 46,82% menor.
A queda se explica, segundo o governo, pela incorporação de informações enviadas fora do prazo pelas empresas. A revisão dos números foi revelada pelo portal R7.
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“Ressaltamos que, mesmo com a mencionada revisão, o saldo do Caged de 2020 se mantém positivo, em que pese o pior momento da pandemia da Covid 19”, informou o Ministério do Trabalho e Previdência por meio de nota. “Este ano, o Brasil já registra saldo de mais de 2,5 milhões de empregos formais.”
A pasta esclarece ainda que os dados do Caged podem ser atualizados até 12 meses após a data da movimentação. “A entrada de dados fora do prazo acontece quando as empresas declaram as informações de admissão e demissão após a competência em que a movimentação se realizou”, diz. “A possibilidade de realizar esse tipo de declaração já existia no antigo Caged, havendo uma ocorrência um pouco maior neste momento devido ao processo de transição para a declaração via eSocial, que ocorreu para um número significativo de empresas ao longo de 2021.”
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Ao longo da pandemia, especialistas alertaram para o risco de subnotificação dos desligamentos pelas empresas. Técnicos da Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia (agora Ministério do Trabalho e Previdência) foram questionados sobre o tema diversas vezes durante as divulgações mensais dos dados e negaram essa possibilidade.
De acordo com membros da pasta, após uma dificuldade verificada nos primeiros meses da pandemia, não foram mais observadas oscilações anormais nos registros. Em julho do ano passado, o então secretário de Trabalho (atual secretário-executivo do Ministério do Trabalho e Previdência), Bruno Dalcolmo, disse que a economia estava reagindo e que não era preciso “desconfiar” de dados positivos. Ele também já afirmou que se, de fato, houvesse uma subnotificação os próprios trabalhadores se manifestariam, pois não teriam acesso ao seguro-desemprego.