Credit Suisse vê mais espaço para valorização do real

Banco destaca que o movimento dependerá da 'redução da incerteza política e fiscal nos próximos meses'

Mario Mesquita, economista-chefe do Itaú:  o comportamento dos mercados parece refletir a incerteza sobre qual será a futura regra fiscal. Imagem: Getty Images
Mario Mesquita, economista-chefe do Itaú: o comportamento dos mercados parece refletir a incerteza sobre qual será a futura regra fiscal. Imagem: Getty Images

O Credit Suisse pontuou em relatório divulgado hoje, que vê mais espaço para a valorização do real, que intensificou seus ganhos nos últimos dias, mas já vinha ocorrendo desde o início do ano.

No documento assinado por Solange Srour, Lucas Vilela e Rafael Castilho, o banco pontua que, além da moeda desvalorizada em termos reais, fatores adicionais a favor do real melhoraram nos últimos trimestres, como o diferencial da taxa de juros real do Brasil para os Estados Unidos (assim como para as taxas medianas dos mercados emergentes e desenvolvidos), que está próxima de seu pico histórico, e a melhora nos termos de troca devido aos preços altos das commodities, que representam 70% do total das exportações no Brasil.

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“O viés para nossa projeção de inflação de 4% em 2023 se inclinaria para baixo se a moeda continuar a se valorizar consistentemente”, destacou o relatório.

Entretanto, o banco ressalta que tal valorização dependerá da “redução da incerteza política e fiscal nos próximos meses”, razão pela qual o Credit diz ter defendido que o Comitê de Política Monetária (Copom) “não abandone sua meta de inflação para 2022 nem aumente sua meta de inflação para 2023”.

O analistas ressaltam que a incerteza em relação as eleições presidenciais é “significativamente alta”. “É incerto qual será a política econômica do novo governo, em particular no que diz respeito ao processo de consolidação fiscal, uma vez que os principais candidatos ainda não forneceram orientações claras sobre isso”, disse o documento.

Além disso, como riscos para a apreciação do real, o documento também pontua as contas fiscais, que permanecem frágeis na avaliação do banco, vendo como “improvável” uma estabilização da dívida bruta nos próximos anos com o nível atual das taxas reais. O adiamento da discussão sobre as reformas fiscais e um aperto mais forte do que o esperado da política monetária nos mercados desenvolvidos, reduzindo o fator diferencial da taxa de juros, também são mencionados.

O Credit mantém sua avaliação neutra para o real, com leve viés positivo para o curto prazo, vendo a moeda em R$ 5 em 3 meses e R$ 5,30 em 12 meses.

 

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