Copom: Para Banco Central (BC), cenário é de que taxa Selic alcance 10,25% em maio

Comunicado reforçou que economia prossegue mais incerta pelo mundo do que no Brasil

Sede do Banco Central. Foto: Adriano Machado/Reuters
Sede do Banco Central. Foto: Adriano Machado/Reuters

Os nove integrantes do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) fizeram nesta quarta-feira (31) o que deles se esperava: cortaram em 0,50 ponto percentual (p.p.) a taxa básica de juros Selic, de 11,75% para 11,25%. E mantiveram abertas as portas para pelos menos outros dois cortes idênticos, nas próximas reuniões do colegiado: em 19 e 20 de março e em 7 e 8 de maio.

Os juros da economia, portanto, devem se manter nos dois dígitos até o mês de maio. Assim, podem finalmente descer ao tão esperado patamar de um dígito a partir de junho, quando o BC se reúne para a quarta reunião do Copom no ano.

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Comunicado do Copom sobre Selic sem novidade

Em um comunicado que parece uma reprodução da decisão anterior, o BC reforçou que a economia anda mais incerta pelo mundo, do que no Brasil.

“O ambiente externo segue volátil, marcado pelo debate sobre o início da flexibilização de política monetária nas principais economias”, aponta o texto. Os preços pelo mundo, destaca o BC, ainda permanecem em níveis elevados em diversos países.

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Já em relação ao cenário doméstico, os dirigentes do BC enxergam indicadores econômicos consistentes “com o cenário de desaceleração da economia antecipado pelo Copom”.

De acordo com o comunicado, a inflação cheia ao consumidor, manteve trajetória de desinflação. “Assim como as medidas de inflação subjacente, que se aproximam da meta para a inflação nas divulgações mais recentes”, infere.

“Em se confirmando o cenário esperado, os membros do Comitê, unanimemente, anteveem redução de mesma magnitude nas próximas reuniões”, concluem os técnicos do BC.

As expectativas de inflação para 2024 e 2025 apuradas pela pesquisa Focus encontram-se em torno de 3,8% e 3,5%, respectivamente.

Analistas destacam decisão ‘tranquila’ do Copom

Para o economista-chefe da XP, Caio Megale, a decisão veio em linha com as expectativas gerais do setor. “O BC pode, de forma tranquila, ter mais segurança de que o juro vai de fato cair ao longo do tempo”, afirma.

Álvaro Frasson, economista do BTG Pactual, acredita que, no passo atual, o Copom deve ir, devagar, cortando a Selic até alcançar o piso de 9,5%. “Acredito em três reduções de 0,50 ponto percentual”.

Marcelo Rocha, economista-chefe da Principal Claritas, aponta uma “mínima alteração” no comunicado, quando o BC trata do cenário externo.

“O Copom tirou a parte que falava de um ambiente externo menos adverso e continuou falando de volatilidade, mas indicando cautela”, observa.

Segundo ele, esse cenário menos adverso é devido ao claro início de um debate a respeito de flexibilização da política monetária nos Estados Unidos. “Mais importante: mesmo o BC reconhecendo esse debate, ele ainda vê o cenário global como algo que exige cautela para emergentes”, diz Rocha.

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