Conjuntura seguirá desafiadora para o varejo brasileiro em 2023, diz Fitch Ratings

A Fitch projeta “acentuada” desaceleração no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro para 0,7% em 2023, dos 3,0% esperados para 2022

Inflação de maio vem abaixo do esperado e aquece debate sobre queda de juros. Foto: Eduardo Soares/Unsplash
Inflação de maio vem abaixo do esperado e aquece debate sobre queda de juros. Foto: Eduardo Soares/Unsplash

A Fitch Ratings espera uma conjuntura de negócios desafiadora para o varejo brasileiro em 2023. Para o diretor da agência de classificação de risco de crédito, Renato Donatti, o baixo crescimento econômico, a manutenção dos elevados patamares de juros, o alto endividamento das famílias e as incertezas quanto à sustentabilidade dos índices de inflação mais baixos registrados nos últimos meses deverão limitar a demanda do setor e pressionar a geração de caixa das empresas.

Para a casa, as políticas macroeconômicas do novo governo, especialmente no que se refere à melhora sustentável da economia e à recuperação do poder de compra da população, devem ser observadas, uma vez que indicarão o direcionamento do setor no próximo ano.

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A Fitch projeta “acentuada” desaceleração no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro para 0,7% em 2023, dos 3,0% esperados para 2022. Setores discricionários, de maior tíquete e dependentes de crédito, como é o caso de eletroeletrônicos, bens de consumo duráveis e vestuário, são os mais vulneráveis à severa restrição de renda.

A casa também acredita que aquelas que prestam serviços de financiamento ao consumidor continuarão registrando piora nas taxas de inadimplência, o que reduziria a flexibilidade das empresas para aumentar a oferta de crédito e fomentar as vendas no próximo ano.

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“O capital de giro, que tem prejudicado o fluxo de caixa dessas companhias, deve melhorar ligeiramente, à medida que ajustam seus estoques para um ambiente de consumo mais restrito”, avalia a Fitch. Já os setores alimentares, em especial o autosserviço, e farmacêutico deverão continuar se beneficiando de suas características anticíclicas e de movimentos de consolidação.

Até esta segunda-feira (19), 80% do portfólio da Fitch no setor varejista tem perspectiva estável ou positiva. Apenas 20%, ou três empresas, apresentam perspectiva negativa – Americanas, C&A Modas e Guararapes. A flexibilidade financeira da indústria, suportada pela “abundante oferta de crédito no mercado local”, é um importante suporte às classificações, segundo a casa.

“A despeito dos desafios de demanda do próximo ano, a maioria das varejistas classificadas publicamente pela Fitch deve conseguir passar 2023 sem deteriorar significativamente seus perfis de crédito, dado os gerenciáveis níveis de alavancagem e os adequados perfis de liquidez, com baixos riscos de refinanciamento”, comenta a agência de risco.

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