Com medo de estagflação, mundo acompanha indicadores e tensão na Europa nesta semana

Escalada da crise de energia causada pela guerra Rússia-Ucrânia deve levar BCE a aumentar juros de novo

Christine Lagarde, presidente do BCE (Foto: Michael Probst/AP)
Christine Lagarde, presidente do BCE (Foto: Michael Probst/AP)

Há décadas a economia da Europa não atraía tanto interesse dos investidores internacionais. Porque há décadas não experimentava uma inflação tão alta e não vivia uma crise geopolítica tão grave como a que a guerra da Rússia na Ucrânia desencadeou, impedindo que as nações ocidentais se recuperem da pandemia de Covid-19.

O maior medo do mercado é de que a alta generalizada de preços nos países europeus, começando pela energia, seja combinada com uma recessão, também causada pela escassez de energia, resultando no fenômeno da estagflação.

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Na quarta-feira passada (31), a estatal Gazprom, que administra o único duto que leva gás natural da Rússia para abastecer a Europa, interrompeu o fornecimento alegando necessidade de manutenção. A retomada foi anunciada para a madrugada de sábado (3), mas, na sexta (2), a Gazprom disse que a suspensão seria prolongada por tempo indeterminado. Horas antes, os países do G7 haviam decidido estabelecer um teto para os preços do petróleo russo – negando serviços que possibilitam o transporte marítimo do combustível comercializado acima de determinado valor –, na esperança de diminuir o dinheiro disponível para Vladimir Putin seguir com a guerra. O gás é usado para aquecimento nos imóveis, e a aproximação do outono no hemisfério norte tem deixado os cidadãos europeus preocupados. Alguém vai ter que ceder.

Enquanto as tensões crescem, indicadores econômicos a serem divulgados nos próximos dias devem ajudar a entender melhor como está a atividade na Zona do Euro, qual é a zona de manobra dos líderes da região, e as possíveis consequências para o resto do mundo.

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Logo na segunda (5), saem dados de confiança do consumidor, compras de superimentos no setor de varejos e na economia em geral, e vendas no varejo. Na quarta (7), taxa de desemprego e PIB (Produto Interno Bruto). Considerando esses dados, que indicam o grau de aquecimento da atividade, na quinta (8) o BCE (Banco Central Europeu) decide seu próximo passo na política monetária. Em julho, a instituição aumentou a taxa básica de juros pela primeira vez em 11 anos, em uma magnitude que surpreendeu o mercado: 0,5 ponto percentual, quando os especialistas esperavam 0,25 p.p., para 0,5% ao ano. Novo aumento de 0,5 p.p. é esperado nesta semana devido à escalada da crise de energia.

Como afeta os investimentos?

De forma geral, aumentos de juros favorecem os investimentos em renda fixa e tornam os de renda variável menos atraentes. As medidas tomadas pelo BCE também têm servido de indicação de como pode agir também o Fed (Federal Reserve, banco central americano), que anuncia sua decisão sobre os juros em 21 de setembro.

Agenda da semana (horário de Brasília)

Domingo (4)

  • 22h45 – China: PMI de serviços (agosto)

Segunda-feira (5)

  • Feriado nos EUA – Dia do Trabalho
  • 5h – Zona do Euro: PMI de serviços e PMI composto (agosto)
  • 5h30 – Zona do Euro: Confiança do consumidor (setembro)
  • 6h – Zona do Euro: Vendas no varejo (julho)
  • 7h – EUA: Início da reunião da Opep
  • 8h25 – Brasil: Boletim Focus
  • 9h – Brasil: PMI de serviços e PMI composto (agosto)

Terça-feira (6)

  • 10h45 – EUA: PMI de serviços e PMI composto (agosto)
  • 23h – China: Balança comercial (agosto)

Quarta-feira (7)

  • Feriado no Brasil – Independência
  • 6h – Zona do Euro: Taxa de desemprego (segundo trimestre)
  • 6h – Zona do Euro: PIB (segundo trimestre)
  • 9h30 – EUA: Balança comercial (agosto)
  • 15h – EUA: Livro Bege

Quinta-feira (8)

  • 8h – Brasil: IGP-DI, da FGV (agosto)
  • 9h15 – Zona do Euro: Decisão de política monetária pelo BCE (Banco Central Europeu)
  • 9h30 – EUA: Pedidos de seguro-desemprego
  • 10h10 – EUA: Discurso de Jerome Powell, presidente do Fed (Federal Reserve, banco central americano)
  • 10h15 – Zona do Euro: Discurso de Christine Lagarde, presidente do BCE
  • 12h – EUA: Estoques de petróleo
  • 22h30 – China: Inflação ao produtor e ao consumidor (agosto)

Sexta-feira (9)

  • 9h – Brasil: Produção e vendas de veículos, da Anfavea (agosto)
  • 9h – Brasil: INPC e IPCA, do IBGE (agosto)
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