CEO Silva e Luna fica na Petrobras?

Esquenta o clima entre ministros militares e o presidente da Petrobras

Joaquim Silva e Luna, presidente da Petrobras (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Joaquim Silva e Luna, presidente da Petrobras (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O presidente Jair Bolsonaro tem manifestado irritação cada vez maior com o aumento do preço dos combustíveis. Bolsonaro disse nesta quarta-feira (16), em entrevista à emissora de TV Ponta Negra, de Natal, que pediu para a Petrobras atrasar em um dia o reajuste de combustíveis realizado na semana passada, mas que não foi atendido.

“Por um dia, a Petrobras cometeu esse crime contra a população, esse aumento absurdo no preço dos combustíveis. Isso não é interferir na Petrobras, a ação governamental. É apenas bom senso. Poderiam esperar.”

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Assim como tem feito em manifestações públicas nos últimos dias, Bolsonaro afirmou que espera revisão dos preços praticados atualmente em função da recente queda na cotação do petróleo.

Pressionada pelo presidente e por boa parte da classe política a conter os reajustes de preços dos combustíveis, a Petrobras colocou para circular hoje, em suas redes sociais, um vídeo em que diz que paga bilhões em impostos e que seu lucro, embora bilionário, proporcionalmente não é tão alto.

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O vídeo de um minuto e meio é todo dedicado a responder à afirmação feita pelo presidente de que a Petrobras teve um “lucro absurdo” em 2021 e que a empresa não tem sensibilidade social. Os ganhos da companhia no ano passado, de quase R$ 107 bilhões, são o principal alvo de críticas de Bolsonaro contra a empresa.

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Segundo a jornalista Malu Gaspar, em sua coluna online no jornal O Globo desta quarta, os ministros mais próximos a Bolsonaro, especialmente os da ala militar, não gostaram da reação do presidente da Petrobras, Joaquim da Silva e Luna, e do ministro das Minas e Energia, Bento Albuquerque, às declarações de Bolsonaro sobre alta de preço dos combustíveis.

Vários desses ministros, especialmente o general Braga Netto, têm repetido em conversas com aliados que Silva e Luna não cumpriu a missão para a qual foi convocado e não deveria estar respondendo a presidente publicamente.

Braga Netto é hoje o mais cotado para ser candidato a vice-presidente na chapa de Bolsonaro à reeleição.

Em entrevistas ontem e hoje, Silva e Luna e Bento Albuquerque disseram que o general não vai pedir demissão. “Jamais farei isso”, disse Silva e Luna à jornalista Andrea Sadi.

“Tenho formação militar, a gente morre junto na batalha e não deixa a tropa sozinha. Agora, minha indicação é do presidente da República, com quem tenho uma relação de lealdade e de confiança”.

Já Bento Albuquerque declarou que a administração da Petrobras está correta e que Silva e Luna é competente e eficiente, e portanto não tem por que sair do cargo.

As declarações foram interpretadas no Palácio do Planalto como uma forma de o general sinalizar a Bolsonaro que, se quiser que ele saia, terá que arcar com o desgaste de demiti-lo.

A um interlocutor, hoje, Braga Netto lamentou o fato de que o presidente da Petrobras “não está se alinhando” a Bolsonaro.

Em defesa de Silva e Luna, o vice-presidente, Hamilton Mourão, afirmou que ele é resiliente e que, como bom nordestino, aguenta pressão.

Com agências.

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