Aposta em alta da Selic diminui após fala de Campos Neto: ‘É preciso esperar’

Mandatário do BC diminuiu o tom em relação a fatores como economia global e gastos do governo brasileiro

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, durante audiência no Senado. Foto: Pedro França/Agência Senado
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, durante audiência no Senado. Foto: Pedro França/Agência Senado

A aposta do mercado num aumento de juros no Brasil a partir de setembro esfriava nesta terça-feira.

Na B3, o contrato de DI com vencimento em janeiro de 2025 apontava 10,79% ao ano por volta de 11h20 (horário de Brasília), ante 10,84% no fechamento de segunda-feira.

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Além disso, as taxas dos contratos mais longos de DI também diminuíam.

Isso acontecia na esteira de comentários do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.

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“A gente entendeu e continua entendendo que precisa esperar os dados”, disse ele durante o Macro Day, evento do BTG Pactual.

Selic hoje: reviravolta nas expectativas

Nas últimas semanas, cresceram apostas do mercado em aumento da Selic, hoje em 10,50%.

Isso após o Comitê de Política Monetária (Copom), em 1 de agosto, sinalizar que pode subir a taxa básica nas reuniões seguintes, para conter as expectativas de inflação crescente.

O próximo encontro do Copom ocorre nos dias 17 e 18 de setembro.

Na última pesquisa semanal do BC, as instituições financeiras voltaram a elevar a expectativa para o IPCA de 2024, agora para 4,22% ao ano.

Isso reflete em parte os cálculos de que a escalada do dólar nos últimos meses vai se ter reflexos em preços de produtos, como combustíveis.

Refletindo maior volatilidade nos mercados internacionais, o dólar chegou a superar R$ 5,80 no começo deste mês. Mas depois perdeu força.

Nesta terça-feira, a moeda norte-americana saía a R$ 5,46, porém ainda com uma alta aproximada de 12,5% ante o real em 2024.

No começo do ano, a aposta majoritária do mercado era de que a Selic cairia para a casa de 9% até dezembro.

Campos Neto: cenário externo melhorou

Segundo o presidente do BC, parte dessa volatilidade recente nos mercados refletiu preocupações com uma desaceleração forçada da economia dos Estados Unidos.

Contudo, disse ele, essa leitura foi precipitada, porque se apoiou em dados econômicos pontuais. Por isso, esse excesso está sendo corrigido.

O temor de piora na economia global vem sendo um dos fatores citados pelo BC nos últimos meses para ter maior cautela na política monetária.

Campos Neto também diminuiu o tom em relação ao receio de que o aumento de gastos do governo estava pesando na expectativa de inflação.

Segundo ele, a percepção agora é de que a chamada expansão fiscal está diminuindo.

“É menos do que os mercados gostariam, mas é menos do que se previa algum tempo atrás”, o mandatário do BC.

Campos Neto reafirmou, porém, que os nove diretores do Copom têm um “espírito de equipe” e que há um consenso sobre fazer o necessário para levar a inflação para a meta, de 3% ao ano.

Aplaudido de pé

No fim do painel, Campos Neto disse que não pretende voltar ao serviço público após deixar o comando do BC, no fim de 2024, quando termina seu mandato.

“Vou voltar para o setor privado”, disse ele.

Em seguida, Campos Neto foi aplaudido de pé pela plateia.

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