Campos Neto: Real digital vai favorecer queda de custos de transação

Presidente do BC indica que moeda digital não tem o objetivo de competir com outras criptomoedas ou stablecoins

Sede do Banco Central, em Brasília (BC). Foto: Adriano Machado/Reuters
Sede do Banco Central, em Brasília (BC). Foto: Adriano Machado/Reuters

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, repetiu nesta sexta-feira (2) que a criação do real digital vai trazer eficiência para sistema bancário, resultado em uma queda nos custos de transação.

“Vários países têm seus próprios sistemas de pagamento e há uma dificuldade ainda em conectar esses sistemas de uma forma eficiente. Mas estou muito otimista nessa questão”, afirmou, em participação no Valor Capital’s Crypto Workshop, organizado pelo Valor Capital Group.

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Disse ainda que a CBDC, moeda digital que está em fase de projeto piloto, não tem o objetivo de competir com outras criptomoedas ou stablecoins, mas sim de agregar a esse mercado.

“Se tivéssemos criado a CBDC antes, poderíamos ter evitado problemas que tivemos em criptos. Quando tivermos esse ambiente, as pessoas poderão entra em suas carteiras digitais – com CBDCs e criptos – e poderão transferir e comprar criptos com a moeda digital, e escolher qual desses instrumentos irá usar em seus contratos inteligentes”, afirmou o presidente do BC.

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Para Campos Neto, um desafio que segue sem resposta para as CBDCs é como automatizar os sistemas para uma maior eficiência ao mesmo tempo em que se garante a proteção dos dados.

O presidente do Banco Central também repetiu que o debate sobre moedas digitais não deve se restringir a formas de pagamento que, segundo ele, é apenas uma pequena parte do potencial desses instrumentos.

Ele voltou a citar as possibilidades de tokenização de contratos a partir da tecnologia de blockchain.

“Um sistema financeiro ‘tokenizado’ traz benefícios de controle de risco e funding mais barato. A operação do banco vai se tornar mais barata e segura em uma economia de tokens”, afirmou o presidente do BC.

Campos Neto destacou a integração do Pix com o Open Finance e apontou os estudos do BC para se fazer operações de maneira transnacional. “Estamos trazendo novas funcionalidades para o Pix, como a internacionalização. Já é possível usar o Pix em Orlando (EUA) e no Uruguai”, exemplificou.

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