Os erros da Argentina que o Brasil não pode repetir, segundo Campos Neto

Presidente do Banco Central ainda falou que resultado das eleições primárias no país vizinho refletiu preocupação da sociedade com a inflação

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, durante audiência no Senado. Foto: Pedro França/Agência Senado
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, durante audiência no Senado. Foto: Pedro França/Agência Senado

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse que o Brasil pode aprender com erros da Argentina e citou como piores deslizes na condução da política econômica dos vizinhos o desrespeito à autonomia do Banco Central local, a mudança no regime de meta de inflação e ausência de ajuste fiscal.

“Podemos aprender várias coisas com a Argentina, com a sequência de erros deles. A primeira coisa foi desrespeitar a autonomia do Banco Central”, afirmou Campos Neto nesta terça-feira (15), em evento na sede da Frente Parlamentar do Empreendedorismo (FPE).

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“A segunda foi desrespeitar o sistema de metas (de inflação) e reajustar para cima”, acrescentou.

Campos Neto também criticou a tentativa de ajuste fiscal argentina.

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“O ajuste fiscal foi muito lento e, no final, não teve. Ele acabou com a percepção de falta de autonomia do BC e falta de regramento monetário, gerou uma inflação em espiral”, disse.

Situação complexa

Campos Neto vê situação econômica delicada do país vizinho, com inflação descontrolada.

“A Argentina está em situação complexa, com inflação rodando a 140%. Eles subiram os juros (segunda-feira, 14) e a moeda desvalorizou, segue desvalorizando bastante”, afirmou.

O presidente do BC ainda comentou que o resultado das eleições primárias do país, quando o populista de extrema direita Javier Milei foi o mais votado, reflete a preocupação da sociedade com a inflação.

“O candidato que acabou se saindo melhor realmente atendeu ao apelo das pessoas de cuidar da inflação. Ele foi o único candidato que batia no tema de inflação. O que as pessoas hoje não aguentam mais na Argentina é a inflação”, disse.

Questionado sobre a possibilidade de dolarização da economia argentina, ele disse que seria um processo complicado, já que o país tem reservas negativas de dólar. “É complicado sair. A que preço vou fazer essa dolarização?”, ponderou.

Com informações do Estadão Conteúdo

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